Por: Pr. Armando Castoldi
Ao testemunhar de Cristo, não foram poucos os que já me disseram: “-Eu invejo a tua fé, mas não consigo crer assim. Contudo, o que normalmente está por trás desse tipo de afirmação é um comportamento que pouco ou nada faz para crer. A grande maioria das pessoas encara a fé como algo inerente à própria natureza: -“Se creio é por que creio e se não creio é por que não creio”. Mas será que a fé atua somente nesse campo limitado da propensão natural? Há pouco tempo escrevi sobre uma nova teoria chamada “Gene de Deus” que afirma ser a fé algo estabelecido pela genética de cada um.
Ora, na semana que passou tivemos os Jogos Olímpicos de Londres. Uma multidão de atletas, de todas as modalidades esportivas competiram. Mas quantos ganharam medalhas? Pergunto: Será que aqueles que chegaram no topo contaram unicamente com a sua propensão genética? Evidente que não! Por mais genial que seja o gênio, todos nós sabemos pelo testemunho daqueles que alcançaram notoriedade, que nos bastidores ouve uma trajetória onde o suor foi muito mais abundante que a genialidade.
Chama a atenção como pessoas que sofreram alguma forma de mutilação ou nasceram com alguma deficiência, conseguem desenvolver habilidades fora do comum. Há um incontável número de vídeos circulando na Internet que documentam esse tipo de superação. O que acontece nesses casos? Exatamente o contrário daquilo que é apregoado, pois em todas essas situações foi a ausência dos recursos normais que desencadeou a busca de novas habilidades. Quantas pessoas normais, inteligentes, bem dotados fisicamente, com saúde perfeita, com condições de se tornarem especialistas em qualquer coisa que decidissem fazer, passam indiferentes pela vida. Não estudam, não praticam esportes, não tocam um instrumento. O que há com essas pessoas? Há algo talvez muito bem definido a respeito delas na Palavra de Deus: “O preguiçoso mete a mão no prato e não quer ter o trabalho de a levar à boca” (Provérbios 19.24).
A fé é um dom de Deus? Sim, mas esse dom precisa ser buscado. Talvez nós não o possamos fabricar, contudo, precisamos conquistá-lo. A fé vem de Deus, mas não cai do Céu aleatoriamente. O ouro é encontrado pronto na natureza, mas na grande maioria das vezes um gigantesco esforço deve ser empreendido para encontrá-lo; o fogão à lenha é uma grande bênção num dia frio, mas eu, que providencio a própria lenha, sei o quantas vezes ela aquece o meu corpo até que por fim eu posso dispor dela para o meu fogão. Por isso também é dito: “O preguiçoso morre desejando, porque as suas mãos recusam trabalhar”. (Provérbios 21.25).
O que Deus colocou em nós, independentemente do quanto nos sentimos privilegiados ou prejudicados é algo tão grandioso que ninguém pode mensurar. E, ainda que alguém desenvolva habilidades extraordinárias, terão sido incontáveis as coisas que igualmente poderia ter feito, visto que a vida é curta demais para esgotarmos todos os nossos recursos. Sendo assim, nós iremos possuir aquilo que decidirmos buscar e, salvo raras exceções, somente possuiremos na medida da nossa busca e do nosso empenho.
Prezado leitor: A fé, como tantas coisas, é uma conquista. Mas pergunto: Você deseja possuí-la? O ganho da fé é extraordinário, contudo, ela cobra o seu preço: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente das águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. Os ímpios não são assim; são, porém como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá”. (Salmo. 1.1-6)
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!