Por: Pr. Armando Castoldi
Uma das tantas maravilhas da Bíblia, que a torna um livro realmente singular, é que ela nunca esconde a face obscura dos seus personagens. Adão, Noé, Moisés, Abraão, todos os juízes, reis, profetas, sacerdotes, de todos eles, sem exceção, encontramos relatos abertos e francos, não somente dos seus feitos e virtudes, mas também das suas dúvidas, tentações, seus pecados e fracassos.
Escrita por homens comuns, porém sinceros e tementes a Deus, não há na Bíblia espaço para parcialidades. Essa irrefutável constatação nos permite ter também a plena convicção de que nada daquilo que foi registrado a respeito da pessoa e obra de Jesus Cristo tenha sido forjado, manipulado, maquiado, escrito com intenções escusas.
O apóstolo Pedro, de quem as Escrituras também não escondem as fraquezas, nos fala dessa realidade, com as seguintes palavras: “Por que não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu filho amado, em quem me comprazo. Ora, esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo. Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela alva nasça em vosso coração, sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens de Deus falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” – 2 Pedro 2.16-21.
Há, portanto, uma razão fundamental que tornou possível a transmissão da Palavra de Deus: O zelo pela verdade! Deus não precisa de instrumentos perfeitos, mas tão somente de pessoas que sejam suas testemunhas fiéis. A descrição que o apóstolo João faz de Jesus começa exatamente nesse ponto: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao verbo da vida” - 1 João 1.1.
Quando pensamos em Jesus, não temos muitas alternativas: Ou Ele foi quem disse ser, ou então não temos a mínima noção de quem Ele teria sido. Somente um louco afirmaria: “Eu Sou Caminho, e a Verdade, e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por mim – João 14.6; Só um inconseqüente ousaria dizer: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” – Mateus 24.35.
E no entanto, passados quase dois mil anos, todas as objeções que têm sido levantadas à Sua vida, obra e ensino, continuam apenas no campo das especulações. Mesmo o mais cético dos homens terá que se render ao fato que se um dia a perfeição esteve entre nós, não há outro lugar onde possa ser achada, senão na pessoa de Jesus Cristo. Alguém já disse com muita propriedade, que se Jesus nunca existiu, somente um outro Jesus poderia tê-lo inventado!
Definitivamente, Jesus não é produto da mente humana. Ele é o Filho eterno de Deus. Por isso mesmo, Ele também não está limitado às paredes de algum prédio, nem aos Estatutos de alguma instituição. Como Ele mesmo disse: “Não vem o Reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” – Lucas 17.20-21.
Prezado leitor: Talvez você pergunte: Mas então Ele está naturalmente em todos? Não! Ele está onde está a verdade; encontra-o somente aquele cujo coração, acima de todas as coisas, anseia pela verdade: “Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” – João 18.37. O verdadeiro e o falso no testemunho do cristianismo, decorre apenas desse fato.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!