Por: Pr. Armando Castoldi
Hoje, terça-feira, dia 13 de março, acordei cedo, por volta das 05:30 horas. Precisava colocar em ordem algumas coisas e aproveitei o silêncio da casa para fazê-lo. Logo em seguida, o canto de um João de Barro anunciava que o dia estava chegando. Depois, assim que clareou, saí do pátio e, como tenho feito nas últimas manhãs, fui fazer meu desjejum num pé de pitanga, na calçada em frente à nossa casa.
Quando a Simone levantou, convidei-a para tomar chimarrão e fazer nosso devocional diário (nosso tempo com Deus) no sítio que carinhosamente chamado de Paiol. É um lugar simples; há pouco por lá além da natureza, mas é o que faz daquele lugar o nosso “Jardim do Édem” - já sem a árvore proibida, lógico! Dá trabalho cuidar desse jardim, mas Adão também tinha da parte de Deus essa incumbência. Então eu me considero privilegiado por poder vivenciar essa experiência!
Na verdade eu não estou assim tão folgado como pode parecer. Ao contrário, tenho vivido tempos bem turbulentos. Nesta semana mesmo, quando você estiver lendo este artigo, estarei em Londrina-PR, completando um curso que tem me demandado muito tempo no último ano. Meu descanso quase sempre tem sido a mudança de atividades e a graça de ter aprendido colocar um bom tempero nas coisas que faço.
Às vezes as tarefas mais difíceis podem ser aliviadas se as fazemos de um modo criativo ou as intercalamos com atividades menos desgastantes. O grande segredo talvez, e isso eu consegui a graça de realizar, é gostar daquilo que fazemos.
Então, apesar de tudo quanto a vida pode ter de difícil, pesado, chato, triste, se prestarmos atenção, haverá sempre uma infinidade de coisas lindas acontecendo ao nosso redor; haverá sempre lugares aprazíveis que estão próximos e disponíveis; haverá sempre alguma forma de colocar prazer nas coisas normais da vida e, acima de tudo, há sempre um Deus disponível para partilhar conosco Sua palavra e presença.
Mas há quanto tempo você não vê o sol nascer ou se pôr? Há quanto tempo você não procura um lugar escuro para olhar as estrelas? Há quanto tempo você toma o seu chimarrão sempre no mesmo lugar? Há quanto tempo você não presta atenção nos pássaros que cantam ao redor da sua casa? Há quanto tempo você não separa um tempo para estar com Deus? Há quanto tempo você não colhe uma fruta no pé?
Mas, falando em fruta no pé, eu quero voltar ao pé de pitanga. Ele por direito não me pertence, pois está plantado no passeio público, porém eu me sinto bem à vontade para colher seus frutos. Bem, aconteceu com ele o seguinte: Havia no mesmo lugar um cactus. Num temporal, o cactus caiu e ao removê-lo percebi que havia três pequenas brotos de pitangueira - ou talvez fossem três pés. É uma espécie diferente da nossa pitangueira nativa, cuja árvore tem a forma de arbusto e seus frutos são bem maiores. Então, decidi trançar os três brotos, e fui trabalhando neles para que formassem um caule mais consistente. Depois, gradativamente fui podando os ramos laterais, até que tomou uma forma mais elevada e frondosa.
Porém neste verão, com o calor exagerado que tem feito, meu pé de pitanga começou a morrer. Então eu comecei a cuidá-lo de maneira especial e lhe dei muita água. Assim, aos poucos ele reviveu e então, de repente, se encheu de vida. Agora, meu pé de pitanga me presenteia a cada manhã com frutos grandes, sãos, bonitos, saborosos como nunca tinha produzido antes. Não será pura gratidão?
Prezado leitor: Não sei o que você está sentindo, mas eu quero lhe dizer que em meio aos problemas, haverá sempre muita vida acontecendo e muita vida que pode ser restituída. Jesus um dia disse a uma mulher sedenta, que foi buscar água debaixo de um sol causticante: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porem, que beber da água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” – João 4.14.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!