Por: Pr. Armando Castoldi
Nesta última terça-feira, a pedido da Liga Brasileira de Lésbicas, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu pela retirada de crucifixos dos prédios do Judiciário. Segundo o relator do processo, resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de símbolos oficiais do Estado é o "único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um Estado laico, devendo ser vedada a manutenção dos crucifixos e outros símbolos religiosos em ambientes públicos dos prédios".
A princípio, essa é uma decisão coerente em si mesma, afinal, outra possibilidade seria que cada religião interessada reivindicasse o mesmo direito. Imaginem como ficariam as paredes das nossas repartições públicas!
A questão no entanto revela algo mais profundo. Na verdade, há duas tendências bastante claras nesse fato: Por um lado, da parte daqueles que ingressaram com o pedido, a repulsa aberta pelo cristianismo e seus valores e por outro lado, da parte das autoridades, a negação de toda uma tradição histórica, que ignora as raízes cristãs que nortearam a nossa legislação e conduta, confundindo o conceito de laicidade com ateísmo.
Este fato revela claramente, que de ambos os lados, estamos atravessando um período de decadência sem precedentes, pois somente uma civilização decadente renega suas próprias origens e abre mão tão facilmente de símbolos e valores espirituais que imprimiram ao longo dos séculos a sua própria identidade.
Alguém talvez perguntará: Mas vocês evangélicos nem usam esse símbolo! Sim, é verdade. Nós não o usamos, mas por motivos bem diferentes, por que simplesmente não queremos “fixar” na mente das pessoas a imagem de um Cristo pregado à cruz, mas de um Cristo ressuscitado e glorioso; um Cristo vivo, que subiu aos Céus e à direta do Pai, reina sobre todas as coisas.
Eu não me importaria muito com a retirada dos crucifixos, contanto que o motivo fosse exaltar a Jesus, mais do que a exposição de sua imagem desnuda e paralisada numa cruz. Porém não é certamente este o motivo daqueles que ingressaram com tal pedido.
Infelizmente esse fato reflete, sim, um processo de acelerada perda de identidade; um estado de caos moral, espiritual e social, onde em nome de minorias totalmente descomprometidas com os valores mais elementares da humanidade, usam a lei como um instrumento para impor esse deplorável processo de desconstrução.
A Justiça pode ter sido justa, usando tão somente o argumento da sua neutralidade diante das diferenças ideológicas da sociedade, porém em nome da preservação dos valores que a pessoa de Jesus Cristo representa para a nossa sociedade, eles teriam todos os motivos para negar tal pretensão. Sim, até por que eles mesmos estariam numa posição muito mais confortável se nossas leis ainda fossem pautadas pelos princípios da Palavra de Deus. Mas isso é a apostasia, é a ação do espírito do Anti-Cristo já visivelmente agindo entre nós: “O qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou objeto de culto”. - 1 Tessalonicenses 2.4
Prezado leitor: O cerco contra o cristianismo está se fechando, por todos os lados e em todo o mundo. É hora, portanto, que a Igreja se levante. Não para fazer guerra, não para se rebelar, nem para se lamentar, mas para assumir corajosamente seu lugar. E, com crucifixos ou sem crucifixos nas paredes das nossas repartições públicas, anunciar com intrepidez a mensagem da cruz, porque “os campos já estão brancos para a ceifa” -João 4.35. E ao fazê-lo, que não o façamos como quem se debate nas trevas, mas como quem vive na luz e conhece seu tempo, chamado e destino: “Ora, ao começarem essas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” – Lucas 21.28.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!