Por: Pr. Armando Castoldi
Há algo fantástico em relação ao sangue e a forma como ele atua em nosso organismo. Há poucos dias, conversando com um médico, falávamos sobre isso, pois todos os nossos órgãos e membros estão diretamente ligados ao cérebro através de terminações nervosas contínuas, porém é diferente com o sangue. Mal comparando, o sangue contém uma infinidade de minúsculos robôs que de uma maneira “misteriosa” levam cada elemento que penetra na corrente sanguínea ao seu lugar correto. Se você ingere um anti-inflamatório, as propriedades do remédio serão depositadas exatamente no lugar onde está localizada a inflamação. Isso pode parecer normal, contudo não é algo simples. Por estarem “soltos” dentro do sistema circulatório, esses minúsculos “robôs”, que levam diferentes nomes científicos, parecem funcionar com algum sistema de controle remoto. Neste caso, muito além de terem a aptidão para cumprir suas funções específicas, cada um deles terá que possuir em si mesmo uma complexa central de informações que além de captar com absoluta precisão as ordens recebidas têm o poder de programar e executar cada operação. Como sou leigo no assunto, quero apenas dizer que o sangue é, sem sombra de dúvida, uma das obras mais extraordinárias da criação. Assim, não é sem motivo que a Bíblia diz:“Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida” – Levítico 17.11.
Eu sou portador de uma coagulopatia hereditária chamada hemofilia, que se caracteriza pela deficiência na produção de globulina, também chamada de fator oito, um dos treze fatores responsáveis pela coagulação. Há níveis diferentes dessa deficiência. Felizmente minha hemofilia é de grau leve, o que me permite ter uma vida normal, exceto na ocorrência de alguma lesão mais grave. Porém, para aqueles que possuem essa deficiência na forma severa, a vida se torna bastante complicada, pois até mesmo pequenos esforços ou impactos produzem freqüentes sangramentos que com o tempo deixarão seqüelas irreversíveis nas articulações. O tratamento depende da reposição contínua ou eventual desse fator, o qual só é encontrado no sangue humano. O processo de produção é complexo e caro, o que leva o governo a importar o medicamento, que é distribuído através das Secretarias de Saúde dos Estados.
A Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde promoveu no ano de 2010 um concurso de redação aos portadores de hemofilia e eu fui um dos premiados. À época fui a Brasília receber a homenagem e como conseqüência disso na semana passada estive novamente lá participando de outro evento. Há todo um trabalho que está sendo realizado no sentido de compreender melhor o problema e encontrar meios terapêuticos alternativos ou preventivos, uma vez que esta é uma área da medicina que ainda carece de melhor conhecimento.
Na manhã do evento, como o faço diariamente, fui orar. Pedi a Deus que me desse a oportunidade de compartilhar o Evangelho naquele lugar. Foi assim, que durante a oração me veio à mente uma conexão que eu jamais havia feito: Eu tenho um problema no meu sangue que somente pode ser solucionado com o sangue de outra pessoa. Transferindo isso para a realidade espiritual, eu podia dizer que todos os seres humanos têm um problema de sangue: somos todos pecadores e não há outro meio de tratar a nossa situação a não ser que um sangue bom substitua o nosso sangue corrompido. Foi exatamente isso que Jesus fez ao morrer na cruz em nosso lugar! Foi gratificante ver o impacto que produziu naquele contexto, dizer que no fundo, querendo ou não admitir, todo ser humano é “hemofílico”.
Prezado leitor: Sinto muito, mas isso inclui também você. Felizmente, a “Boa Noticia”, é que a cura já foi provida pelo sangue de Jesus.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!