Por: Pr. Armando Castoldi
Na semana passada, assisti o filme “O Patriota”, estrelado por Mel Gibson. Como acredito que a grande maioria dos meus leitores já o tenham visto, quero me ater apenas a um detalhe que chamou minha atenção: O modo como se fazia guerra - o filme trata da guerra da Independência dos Estados Unidos que iniciou em 1775. Essa prática não era nenhuma novidade para mim, afinal por muito tempo as guerras foram desse jeito, mas confesso que as cenas do filme me impactaram de uma maneira especial.
Em todas as épocas parece que o ser humano consegue de algum modo ficar completamente cego a respeito de determinados comportamentos. Não fazia sentido esse tipo de combate! Simplesmente dois exércitos, munidos de armas de fogo e sem qualquer defesa sobre o corpo, marchavam uns contra os outros, e em determinado momento, frente a frente, quando ambos se achavam ao alcance das armas inimigas, começavam a atirar. E assim iam se revezando, atirando de forma sincronizada e alternadamente para que, pela lei das probabilidades, todos viessem a morrer. Então, quando pela pura força do acaso, ou quando a supremacia numérica de um exército impunha sua lógica, o outro exército se punha a correr em campo aberto, simplesmente voltando as costas ao inimigo. Pensei: Mas que coisa mais estúpida! Como podiam banalizar desse modo a vida? Não havia ao menos uma maneira mais criativa de demonstrar valentia?
E o mais estranho é que esse pensamento era tão natural na cultura da época que os jovens em sua grande maioria queriam a todo custo ir para as frentes de batalha. Como pode o ser humano ter esses lapsos de lucidez? Se na antiguidade, quando os exércitos dispunham somente de espadas, machados e lanças os soldados usavam capacetes, couraças e escudos, como podiam agora, em pleno século XVIII, usando armas de fogo, empreender esse tipo de batalha?
A valentia, como sinônimo de coragem, como um valor ligado à honra e à dignidade, ao longo da História tem forjado os verdadeiros heróis, porém quando destituída do bom senso, torna-se ridícula e suicida. E parece, como prova da nossa incapacidade de auto-avaliação que em cada geração as discrepâncias encontram as formas mais bizarras de se manifestar. Talvez na Independência dos Estados Unidos ou a nossa Revolução Farroupilha, os ideais que as motivaram puderam dar algum sentido à insanidade dessas guerras; talvez puderam justificar de alguma forma a estranha valentia daquelas gerações. Mas e hoje? Que sonhos movem a presente geração? Como nossos jovens estão demonstrando sua coragem?
Na sexta-feira passada, assistindo ao discurso formatura, um professor tecia os mais rasgados elogios aos jovens, afirmando que a nova geração irá muito além daquilo que temos alcançado. Claro, em parte eu creio nisso, porém algumas horas depois, passando pela rua Padre Anchieta, eu tive um sentimento diferente. Um ambiente impregnado de vício, de excitação e loucura. Ali estavam os nossos valentes, moças e rapazes, totalmente expostos, demonstrando sua valentia diante do álcool, do fumo, das drogas, da promiscuidade moral. É lógico que não sairão ilesos. A vida cobrará seu preço!
Prezado leitor: A certa altura do filme Mel Gibson, interpretando o personagem Benjamin Martin questiona: -“Quem pensamos ser para dispor da vida deste modo?” A Bíblia diz literalmente: “Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte” (Pv. 16.25). Minha pergunta é: Qual é a sua valentia? Que o início de mais um ano o mova a reavaliar conceitos e acertar com os caminhos da sabedoria. Deus o ilumine. FELIZ ANO NOVO!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!