Por: Pr. Armando Castoldi
“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.” (Gálatas 6.14)
Citei o texto bíblico acima porque sempre que falamos de nós mesmos podemos ser mal interpretados, dando a impressão que estamos “querendo aparecer”. Por outro lado, se desejamos que as pessoas sejam estimuladas a seguir Jesus, precisamos falar das obras que Ele já tem feito em nossas vidas. Então, sem querer alguma glória própria, gostaria de compartilhar um pouco daquilo que temos provado em Deus.
Como é comum em quase todos os lares, nesse período que antecede o Natal há um certo tumulto no ar, um desejo de colocar a casa em ordem, um desejo de renovar, de fazer algo diferente. E foi isso que a Simone começou fazer aqui em casa nesta semana. Nossa cozinha estava meio entulhada e ela resolveu preencher um pequeno espaço ainda vazio com um armário novo. Algo simples, mas que iria acomodar vários objetos que andavam meio soltos pela cozinha. Só que, depois que estava tudo no lugar, percebemos que o dito armário destoava do ambiente. Então eu comentei com ela: -Tente fazer alguma coisa, uma “decoupage” ou algo assim e isso vai ficar a nossa cara. De fato, com um pequeno toque que ela deu, ficou bem “a nossa cara”.
Depois fiquei pensando na expressão que usei. Infelizmente essa é uma realidade que nem todos podem experimentar. Lógico que não somos o único casal que alcançou uma sintonia mais profunda, mas eu fiquei feliz por me ver usando essas palavras de uma maneira tão natural.
Quando casamos, além da atração física e o fato de termos abraçado uma fé comum, não tínhamos muitas afinidades. Apesar de sermos naturais de Encantado e de ambos pertencermos a famílias de origem italiana, nossas diferenças eram bem grandes. Por isso, o início do nosso casamento foi bastante difícil. Mas lembro que uma das primeiras coisas que falei para a Simone quando planejávamos casar é que no meu vocabulário não existia a palavra “separação”. Então, viesse o que viesse, nós iríamos resolver. Depois de casados, dois fatos foram fundamentais para que conseguíssemos sempre superar nossas dificuldades: 1º) A certeza de que, como filhos de Deus, nunca estávamos sozinhos em casa. Haveria sempre conosco um visitante ilustre: o Espírito Santo; 2º) Eu havia tomado posse de uma Palavra que se tornou o meu Norte em meio às crises: “Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio; melhor é o paciente do que o arrogante” (Eclesiastes 7.8).
A Simone, além de filha única, sempre havia morado em Encantado. Então, além de deixar para trás a mãe e seu pai já enfermo, foi jogada para dentro de um contexto completamente estranho para ela. Mas, por que ela também cria na Palavra de Deus, sempre que eu a lembrava dessa realidade - que o final seria melhor, ela ousava acreditar e assim nossa vida, muitas vezes aos “trancos e barrancos”, foi seguindo em frente. Ao completar cinco anos de casamento, havíamos morado em 3 cidades, feito 6 mudanças e já tínhamos nossos três filhos. Passando pelo que passamos, acredito que muitos casamentos teriam sucumbido. Nós sobrevivemos!
Passados já quase 23 anos, mesmo nas pequenas coisas, temos quase sempre os mesmos desejos, o mesmo olhar, os mesmos sentimentos. Nossas decisões são tranqüilas, pois aprendemos a construir um caminho comum. Através de incontáveis experiências, temos provado o poder de Deus em nossas vidas conduzindo-nos cada vez mais para dentro do Seu maravilhoso plano. Ainda estamos a caminho; sabemos que ainda nos falta muito, porém nos amamos cada vez mais e já podemos dizer com toda naturalidade que temos “a nossa cara”.
Prezado leitor: Neste tempo, quando queremos pôr tanta coisa em ordem, pense também na sua vida interior, na sua família, no seu casamento. E, se tudo parece estar ruindo, lembre que Deus pode fazer e refazer todas as coisas. Tenha a coragem. Coloque TUDO em Suas mãos. Creia, nós somos testemunhas que Deus é fiel!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!