Por: Pr. Armando Castoldi
Independentemente da causa que alguém atribua ao fato, bem e mal existem: Ponto final! Ninguém que ignore essa realidade, sairá ileso deste mundo. Mas a questão é: Seria muito difícil distinguir entre o bem e o mal? Ora, quando chove, usar uma capa ou um guarda-chuva torna-se uma medida óbvia. Mas quando chove e vemos alguém na rua caminhando tranquilamente sem ao menos um desses acessórios, nossa reação natural é concluir que alguma coisa está errada com essa pessoa. Poderíamos reagir diferente à chuva? Em tese sim, mas para isso deveríamos desativar uma série de mecanismos de proteção que operam em nós para defender nossa integridade física e preservar nosso conforto. Desativar esses mecanismos seria atentar contra a nossa própria natureza. Todos entendem que precisamos da água, porém não fomos feitos para viver na água. Por isso também construímos embarcações, casas, abrigos, garagens, marquises sobre as calçadas e usamos capas e guarda-chuvas.
Alguém que viesse “de fora” e nos visse tomando tantas precauções com a água, poderia concluir que a água é maléfica. E se disséssemos que a água é boa, esse alguém poderia questionar: -Ora, se a água é boa, por que se proteger tanto dela? -A isso responderíamos que o mal não está na água em si, mas na forma e na medida que nos utilizamos dela. Com um pouco de água vivemos, com muita água, morremos!
Ao lermos o relato da criação, ao final de cada etapa consta a seguinte expressão: “E viu Deus que isso era bom”. Porém ao final, depois de criar também o homem, há o acréscimo de um advérbio de intensidade: “Viu Deus tudo quando fizera, e eis que era muito bom” -Gn. 1.31. Certamente há muitas razões pelas quais Deus considerou “muito bom” o final de toda sua criação, mas acredito que a principal razão é que agora, depois de haver criado tantas coisas, Ele criara também um ser que poderia, assim como Ele, lançar um olhar inteligente sobre tudo. Ninguém mais, na dimensão da criação terrena pode pensar sobre si mesmo a não ser o homem. Ninguém pode emitir juízos de valor sobre as coisas a não ser o homem, ninguém pode verbalizar impressões, conceitos e sentimentos, a não ser o homem. Há realmente algo muito especial em nós. Um gato pode brincar com uma pepita de ouro e minutos depois deixá-la de lado como uma pedra qualquer. Um lobo pode uivar para a lua, mas nunca lhe escreverá um poema! Portanto, existindo como existimos; partilhando de uma criação real, concreta, palpável como partilhamos, já não temos como fugir: Sobre nós pesa uma grande responsabilidade! Na medida que emitimos algum juízo de valor sobre qualquer coisa que seja, na mesma medida está a nossa responsabilidade pelo seu uso. O bom uso ou o mau uso, significará nada mais nada menos do que a vida ou a morte. A medida da água, do alimento, da criatividade, dos sentimentos, do olhar, das palavras, da afetividade, da sexualidade, do poder, da autoridade, de todos os bens que se possa referir, até mesmo do nome de Deus e Sua Palavra, determinará a nossa salvação ou a nossa condenação. Está em nossas mãos o poder de fazer de um lar um inferno, transformar uma criança num monstro, tornar a ordem em caos e o sagrado em profano. E, quanto mais sagrado o objeto, mais profano poderemos torná-lo.
Prezado leitor: Se somos pecadores? Se o pecado de fato nos separa de Deus? Se temos justiça própria para reivindicar nossa salvação? Para um ser capaz de emitir juízos de valor, os fatos deverão responder por si mesmos. Portanto, compreenda o que Jesus falou: “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque suas obras eram más” – João 3.17-19.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!