Por: Pr. Armando Castoldi
Foi assim: no ano de 1822, às margens do riacho Ipiranga, D. Pedro I, proclamou as palavras mágicas “Independência ou Morte” e, desde então somos uma nação livre. Será? Por aí poderia, sim, ter começado uma história completamente nova, não fosse a ilusão de que nossos inimigos estariam invariavelmente fora de nossas fronteiras. A independência e a liberdade não se fazem apenas com a soberania de fronteiras geográficas. Hoje sabemos que por mais importante que tenha sido o grito proclamado por Dom Pedro I, há outras escravidões que têm impedido a “Ordem e o Progresso”. Essas escravidões não vêm lá de Portugal, nem dos Estados Unidos da América; elas estão aqui, bem presentes e como ervas daninhas, insistem em se multiplicar e aparecer exatamente onde não gostaríamos que estivessem. Será difícil identificá-las?
Desde o grito do Ipiranga já se passaram quase 200 anos e, do que afinal somos livres? Do que pretendemos nos orgulhar: Do jeitinho brasileiro? Da corrupção endêmica que mina todos os setores da nossa sociedade? Do elevado nível cultural dos nossos programas de televisão? Da eficiência dos nossos sistemas de saúde e ensino? Da vitória sobre a criminalidade, o tráfico de drogas, a promiscuidade sexual?
Temos, sim, muitas coisas a comemorar. Sendo uma nação soberana sempre poderemos sonhar que a ordem e o progresso um dia se estabeleçam, porém não é sensato ignorar quantas coisas deveriam ser diferentes. Por onde começar então? Infelizmente alimentamos um desvirtuado senso de ética que acaba sempre diluindo as culpas no coletivo. Todos nós cobramos com zelo entusiasmado que alguém faça aquilo é certo; que alguém se levante e assuma as bandeiras da justiça, da moral, da honestidade. Cobramos que os outros façam, mas o que fazemos quando chega a nossa vez de agir?
Há uma corrente que precisa ser quebrada: “Replicou-lhes Jesus: em verdade em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado”. – João 8.34. Assim, em meio às tantas frases de efeito que são ditas nestes dias comemorativos à semana da Pátria, gostaria de lembrar as palavras do Salmo 33.12: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que Ele escolheu para Sua herança”. Porém devo dizer que essa realidade me parece inviável enquanto a nação elege um ídolo feito pela mão do homem e o coloca no lugar que somente Deus deveria ocupar: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” – Isaías 42.8.
Um grito de independência foi dado. Não devemos menosprezar sua importância, porque afinal amamos esta terra, amamos este povo, queremos que o Brasil seja uma nação soberana e próspera. Contudo, ainda precisamos desesperadamente de uma libertação espiritual. O Deus verdadeiro precisa ser invocado como Senhor desta Nação. Independência, sim, mas do pecado e da idolatria que escraviza o coração de tantos brasileiros. Então, aliado ao grito de D. Pedro I, que se levante um clamor que diga: “ó Deus, dependemos de Ti! Abençoa este povo, Senhor; abençoa esta Nação. Reina ó Deus em cada coração, para que ao reconhecer-Te como único Senhor, sejamos um povo verdadeiramente livre e feliz. Mas, antes de tudo, para que estas palavras não se diluam na multidão, assim como temos tentado diluir nossas culpas, começa algo novo em mim Senhor; limpa meu coração. Perdoa-me, quando em minha ânsia de independência eu quis trilhar meus próprios caminhos; quando na busca de meus interesses aceitei qualquer ajuda; quando nas minhas angústias não invoquei somente o Teu nome. Reconheço, Jesus, que És o único caminho para o Pai, então a Ti me entrego. Me transforma Senhor, para que eu seja um instrumento em Tuas mãos para abençoar esta pátria amada, mas não idolatrada, porque somente Tu és o Senhor e não repartes a Tua glória com os ídolos”. Amém!!!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!