Na natureza, um eclipse é quando há um escurecimento total ou parcial de um astro, feito por meio da interposição de um segundo corpo celeste frente à fonte de luz. Temos o exemplo de quando a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra, projetando sua sombra na Terra, impedindo por algum tempo que a luz do Sol seja vista. É interessante observar que o significado da palavra eclipse no grego é: estar ausente, deixar de existir. No pensamento dos povos antigos, o sol realmente era extinto na hora do eclipse.

Ao falar sobre um eclipse de fé, me refiro àqueles momentos em que Deus parece estar ausente de nossas vidas. Situações extremas de dor, angústia e sofrimento parecem querer ofuscar a presença de Deus e a nossa percepção da ação d’Ele. Uma escuridão se levanta tentando sobrepor-se à luz das promessas e poder do Senhor, e tudo que vemos são trevas.

Quando vivenciamos isso, precisamos nos lembrar que não estamos sozinhos e que não somos os únicos a passar por experiências assim. Inúmeros servos de Deus, em toda história, tiveram a sensação de um aparente silêncio divino: orações pareciam sem respostas, livramentos demoravam a acontecer. É nesses momentos que nossa fé é atacada por pensamentos de medo, dúvidas e até desespero.

O rei Davi no Salmo 13 expressa seus sentimentos clamando ao Senhor: “Até quando, Senhor? Para sempre te esquecerás de mim? Até quando esconderás de mim o teu rosto? Até quando terei inquietações e tristeza no coração dia após dia? Até quando o meu inimigo triunfará sobre mim? Olha para mim e responde, Senhor, meu Deus. Ilumina os meus olhos, ou do contrário dormirei o sono da morte; os meus inimigos dirão: ‘Eu o venci’, e os meus adversários festejarão o meu fracasso. Eu, porém, confio em teu amor; o meu coração exulta em tua salvação. Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito.”

Vendo esse relato nas Escrituras, temos um padrão de como proceder quando nossa fé é eclipsada e Deus parece não estar agindo. A primeira coisa que Davi fez foi expressar sinceramente seus sentimentos a Deus. Nosso Pai celestial quer a nossa sinceridade, por isso, leve a Ele suas dúvidas e conflitos e derrame a sua alma com honestidade. Davi também se lançou no amor e na graça de Deus. Apesar do que via diante de si, ele declarou em fé: “Eu, porém, confio em teu amor!”.  É o amor e a misericórdia infinita de Deus que nos consola e nos mantêm de pé para prosseguir.

E por último, precisamos compreender que o eclipse não dura para sempre, por isso, nossa perspectiva precisa ser alinhada à visão eterna de Deus. O Senhor Soberano está agindo no meio de todas as coisas, mesmo quando parece não estar. Ele está presente, mesmo quando parece ausente. Foi isso que os discípulos vivenciaram naquele domingo da ressurreição: quando Deus parece morto, Ele está voltando à vida!

Prezado leitor: Mude sua perspectiva para o ponto de vista eterno. A realidade terrena não é tudo que existe. A palavra de Deus diz: “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.” (2 Coríntios 4.18)