Tempos atrás, voando de Porto Alegre a Londrina, no Paraná, tive um “insight” que marcou profundamente a minha vida. Em quase todo percurso o céu estava nublado. Então, voando acima das nuvens fiquei admirando aquele lindo tapete de “flocos de algodão” abaixo de mim. Eu estava ainda na Terra, lógico; estava sustentado pela vida que a Terra me proporcionava, mas a vida propriamente dita, exceto o ambiente artificial no qual eu me encontrava, estava bem abaixo de mim; estava limitada àquele insignificante espaço entre a superfície e as nuvens. Sim, é ali e somente ali que a vida acontece! Muitas aves podem voar acima das nuvens por algum tempo; nós podemos voar acima das nuvens, por algum tempo, porém, não há nada, exceto o oxigênio rarefeito, que possa sustentar a vida por muito tempo, acima das nuvens!
Ali, naquele momento, dentro daquele avião, tive pela primeira vez um vislumbre real do quanto a vida é grandiosa e frágil. Eu poderia ter vindo, caso isso fosse possível, de um planeta a anos luz de distância, entretanto, em poucos segundos eu já poderia percorrer em toda a sua extensão, o espaço onde a vida acontece. Não é fantástico e ao mesmo tempo aterrorizante?
Há verdades que conhecemos e concebemos em nossa mente, mas que não as assimilamos na dimensão que elas realmente deveriam ser compreendidas. Outro dia, eu estava assistindo um documentário sobre astronomia, desses que nos dão a noção da grandiosidade do universo; desses que deixam sempre aquele ar de mistério diante do quão pouco conhecemos a realidade na qual estamos envolvidos. Porém, desta vez, ouvi algo diferente, onde era colocada a possibilidade que, num universo tão imensurável, talvez a Terra pudesse realmente ser o único lugar onde a vida acontece. E, no entanto, esse espaço é tão pequeno, tão minúsculo, que em poucos instantes, eu poderia voar para fora dele. Eis a grandiosidade do milagre da vida e ao mesmo tempo a sua fragilidade!
Acredita-se que o Universo possa ser proporcionalmente tão grande para fora, quanto para dentro da vida. Sim, pois telescópios e microscópios, no fundo, percorrem o mesmo caminho, apenas no seu sentido inverso. E, assim, nesse ínfimo espaço aonde a vida se abriga, um ser tão minúsculo, que os nossos olhos jamais poderiam ver, em poucas semanas, desestrutura e colapsa tudo aquilo que o esforço humano pôs a funcionar em milênios e põe a vida humana, a coroa da criação, em estado de pânico. O que é a vida afinal?
Prezado leitor: Que nesse tempo de medos e perplexidades, compreendamos o incalculável valor da vida, mesmo que tão fugaz aqui; que compreendamos, dada a fragilidade desse invólucro que nos abriga, que precisamos cuidar da nossa casa; que compreendamos, diante de tantas ameaças, que precisamos cuidar uns dos outros; que compreendamos, finalmente, que este momento nos confronta duramente com uma realidade inexorável: um dia vamos morrer! Onde está então a nossa segurança? “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração em geração. Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmos 90.1-2).
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!