“E Moisés edificou um altar e lhe chamou: O Senhor é a Minha Bandeira”. (Êxodo 17.15)
Hoje, quando escrevo este texto, é dia 19 de novembro, o saudoso Dia da Bandeira. Quando eu era criança, havia uma comemoração especial nas escolas: a bandeira era formalmente hasteada e, já ensaiado e decorado com antecedência, cantávamos em postura reverente o lindo hino, cujas palavras e melodia compostos por nada menos que Olavo Bilac e Francisco Braga, me estão ainda na ponta da língua: “Salve lindo pendão da esperança, salve símbolo augusto da paz, tua nobre presença à lembrança, a grandeza da pátria nos traz. Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil; querido símbolo da terra, da amada terra do Brasil”. E o hino prosseguia exaltando as riquezas, belezas e virtudes da nossa nação. Confesso que o meu peito se enchia de orgulho por ser brasileiro.
Desde os tempos imemoriais, o ser humano se utiliza de símbolos e ícones para materializar expressões de crenças, valores, ideais e uma gama quase que infinita de elementos que constituem especialmente as identidades grupais. A bandeira é sem dúvida, o mais forte desses símbolos. Como gaúcho, e de formação tradicionalista, me vem à mente a última estrofe da poesia “Retorno Bravo” , de Ubirajara Raffo Constant: “Abrindo a camisa ao peito, tirou em sangue banhado, aquele trapo sagrado que até o fim defendeu, e beijando-o estendeu ao pai, num último esforço, e depois, curvando o dorso, o bravo guasca morreu”.
Algum tempo atrás, um viaduto em São Paulo amanheceu decorado com inúmeras bandeiras do Brasil. Os comentaristas da rede de Televisão que noticiou o fato, o fizeram em tom de reprovação, como se fosse um ato ofensivo a uma parcela da população brasileira. Aquilo realmente doeu em mim, pois afinal, a que ponto chegou a nossa consciência cívica, quando a exposição da bandeira nacional soa como uma afronta aos próprios brasileiros?
Em junho passado, estive no Canadá e fiz escala nos Estados Unidos. É impressionante a presença desse símbolo máximo do civismo, nesses dois países. No Aeroporto de Dallas, por exemplo, há tantos símbolos nacionais e homenagens aos seus heróis, que beira à poluição visual. É evidente que uma coisa puxa a outra e que, à medida que os nossos símbolos mais fortes são relegados, vamos perdendo também a noção de quem somos. Hoje, andei pela minha cidade e, mesmo sendo dia 19 de novembro, absolutamente nada notei de diferente. Triste, porque a ausência da bandeira, certamente representa e representará muitas outras ausências!
No texto bíblico acima, Moisés vinha de uma retumbante vitória sobre os amalequitas e, foi para ele tão forte a consciência da ajuda de Deus, que erigiu ali um altar. Mas chama a atenção as suas palavras, pois dizer “O Senhor é a minha Bandeira”, foi a forma mais precisa que ele encontrou para expressar o quanto Deus estava inserido em sua própria identidade. Ora, é muito perigoso quando vamos nos tornamos um povo sem bandeira!
Prezado leitor: Então, neste dia, quero afirmar a minha identificação com aquele bravo e com Moisés, pois eu tenho bandeiras: eu tenho uma nação, e eu tenho um Deus!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!