Ontem, dia 09 de julho, fui ao funeral de um filho de meu colega e amigo Pastor Wolfgang Eugênio Salzer, da Igreja Batista Pioneira de Estrela. Seu filho, Jonas, faleceu com 38 anos e era portador de uma deficiência que exigiu dos pais, cuidado e vigilância quase que permanentes. Durante as homenagens póstumas, várias pessoas testemunharam da extrema dedicação dos pais a esse filho especial, que se tornou também tão amado daqueles que conviveram com a família de maneira mais íntima.
Foram 38 anos que Wolfgang e Sara receberam de Deus a incumbência de cuidar de uma pessoa especial. Eles poderiam ter feito isso de várias maneiras, mas como servos de Deus, o fizeram de modo tremendamente impactante às pessoas que com eles conviviam. Muitos poderiam encarar uma realidade assim como um fardo pesado e talvez até causa de revolta ou amargura contra Deus. Entretanto, o que eles testemunharam foi como a vida do Jonas enchia o lar deles de alegria e, anteviam o grande vazio que sua ausência iria deixar. Ora, mesmo sendo o cuidado de um filho especial um fator obviamente limitante, eles nunca deixaram de cumprir mesmo assim o chamado de Deus para suas vidas, dedicando-se, em circunstâncias quase sempre difíceis, a servir ao seu Senhor com alegria.
Assim, quando me foi dada a oportunidade de levar também uma palavra de consolo, salientei exatamente esse fato, de terem sido absolutamente fiéis com aquilo que Deus colocou em suas mãos, no tempo que aprouve a Deus servi-Lo desse modo. E isso me levou a refletir sobre o que significa viver a vida abundante que Jesus prometeu (João 10.10). Ora, aos olhos comuns, talvez uma vida abundante signifique poder gozar de todos os prazeres que o mundo oferece, sem qualquer impedimento. Aos olhos de Deus, no entanto, uma vida abundante significa sujeitar mansamente nossa vida aos Seus cuidados, crendo, como está escrito, “que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” – Romanos 8.28.
Ora, tomar a cruz e ter uma vida abundante pode soar como uma grande contradição, mas essa é exatamente a proposta cristã, pois uma vida verdadeiramente abundante somente é possível quando saímos da nossa zona de conforto; quando abrimos mão de nós mesmos; quando decidimos assumir aquilo que Deus nos propõe e confiar n’Ele. É nesse nível que a verdadeira vida começará a fluir através de nós: “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto” – João 12.24.
Prezado leitor: Mas talvez você possa perguntar: É possível ser feliz mesmo assim? Respondo com um absoluto sim, pois a experiência que acabo de relatar, é mais uma das tantas histórias reais, que confirmam a Palavra de Deus: “Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvam-te perpetuamente. Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial. De bênçãos o cobre a primeira chuva. Vão indo de força em força; cada um deles comparece diante de Deus em Sião” – Salmo 84.5-7. Que seja assim, comigo e com você!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!