Dos cinquenta capítulos do Livro de Gênesis, os últimos treze se ocupam da vida de José, filho de Jacó. A sua história é conhecida e sempre empolgante quando a lemos novamente, pois tendo sido vendido como escravo pelos seus irmãos, acabou se tornando o administrador do Egito, salvando o país da fome e finalmente sua própria família, fato que culminou com a formação da nação de Israel no Egito, de onde saiu, em “grande estilo”, quatrocentos anos depois.
José é um dos exemplos mais cristalinos que não são as circunstâncias que determinam nosso destino. Se José olhasse para as suas circunstâncias, teria encontrado todos os motivos para desistir da vida muito cedo: odiado pelos irmãos, vendido como escravo a um povo estranho, afastado desde muito jovem de sua família, de sua terra, da sua cultura; privado de todo e qualquer acesso à estrutura religiosa que recebera de berço, sobreviveu a tudo e a todos.
Durante o carnaval, realizamos nosso retiro anual em meu sítio. Num dos devocionais falamos sobre José e uma das colocações que fiz tocou muito a todos nós: Quantas das nossas desculpas Deus irá aceitar? Vivemos num tempo em que a culpa está sendo diluída no todo e são pouco aqueles que ainda conseguem se ver como protagonistas da sua própria história. Há uma multidão ansiando pela luz dos holofotes, mas quantos há que têm a coragem de assumir as próprias fraquezas e a responsabilidade pelos seus fracassos? Nessas horas, a culpa é do sistema, é do governo, é dos pais, é do pastor, é do padre, é dos professores, é dos amigos que o abandonaram, é do marido, ou da esposa.
E, seguindo nessa linha de raciocínio, surgiu outra pergunta: O que ou o quanto é necessário para que a vida alguém dê certo? O quanto de conhecimento, de apoio, de oportunidades, de conselhos, de recursos um cristão precisará receber para cumprir fielmente sua missão? José certamente recebeu muitas coisas de seus pais, mas o mundo desabou sobre sua cabeça quando ainda era muito jovem, talvez quinze anos ou pouco mais.
Qual terá sido o grande segredo de José? José foi um bom solo para tudo quanto Deus semeou em seu coração, mesmo que esse tudo, possa parecer muito pouco aos nossos olhos. Por isso, apesar de tantas vicissitudes que enfrentou, ele nunca se fez de vítima; nunca permitiu que sementes malignas corrompessem seu coração e o fizesse abdicar dos seus valores. José foi o protagonista da sua própria história. Pessoas que não assumem o protagonismo da própria vida, poderão ter os melhores mestres, aprender os melhores conteúdos, frequentar as melhores escolas ou Igrejas, ter escancaradas as mais promissoras portas, mas um dia jogarão tudo fora e encontrarão alguém sobre quem colocar a culpa das suas próprias irresponsabilidades.
Prezado leitor: Não sei qual sua idade, quais são suas lutas, sonhos ou frustrações. Mas eu sei que o mesmo Deus de José foi quem criou você e está semeando agora mesmo uma boa semente em seu coração. Se você quer ser um bom solo, não dê mais desculpas, nem procure culpados. Assuma o protagonismo da própria vida e o mesmo Deus de José te conduzirá em vitória, porque esse é o plano!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!