Tenho repetidamente dito que o grande mal do nosso tempo é a perda da capacidade de pensarmos de maneira lógica. Ora, num mundo que sempre foi complexo, nenhum conceito pode ser visto isoladamente. A compreensão de todas as coisas depende de uma leitura adequada dos seus contextos. Ora, uma das verdades mais elementares sobre liberdade, era tão simples: “Tua liberdade termina onde começa a liberdade do outro”. Desde criança ouvíamos isso e ninguém se opunha a esse fato, afinal, como viver de forma harmônica em sociedade, sem respeitar limites?
A livre iniciativa, por exemplo, nunca significou um campo aberto, onde eu pudesse fazer a minha lavoura onde bem entendesse. Não, sempre significou apenas que se eu conquistasse de maneira legítima meu lugar ao sol, eu poderia plantar a minha roça, do modo que eu quisesse. Entretanto, se eu quisesse ter animais, deveria construir estábulos, cercas, ou pelo menos adquirir cordas, para que eles não cruzassem as divisas e destruíssem as lavouras dos vizinhos. A liberdade tinha limites.
Dentro dessa perspectiva, decorre uma realidade obvia: Liberdade jamais insinuaria igualdade, mas sim apenas a oportunidade de cada um demonstrar o seu valor. E assim, cada um colheria o resultado do seu esforço, da sua habilidade, da sua sabedoria. A Bíblia é repleta de ensinos sobre esse sistema, por que num mundo onde cada ser humano é único, cada um obviamente colhera aquilo que plantou: “Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que estava cheio de espinhos, a sua superfície, coberta de urtigas, e o seu muro de pedra, em ruínas. Tendo-o visto considerei; vi e recebi a instrução. Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para cruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado” – Provérbios 24.3-34.
Então, num mundo onde as virtudes são encorajadas, os justos reverdeceriam e até mesmo aos preguiçosos se estenderia um pedaço de pão na sua escassez. A fraternidade não tornaria jamais o preguiçoso igual ao trabalhador, mas “amontoaria brasas vivas” sobre a sua cabeça, encorajando-o a ser melhor. Também nesse mundo, onde as virtudes fossem encorajadas, os virtuosos poderiam exercer misericórdia com os depravados, para que assim como Jesus, dentro da liberdade que tinha de condenar ou perdoar disse à mulher adúltera: “Eu também não te condeno; vá e não peques mais” – João 8.11.
Aí então, chegaram os comunistas e tentaram não somente nos fazer o mundo acreditar que em nome da igualdade, é justo que os preguiçosos comam o pão do trabalhador como também que em nome da liberdade, os imorais, os depravados, os criminosos, gozem dos mesmos diretos daqueles que com tanto esforço e renuncias implantaram os princípios, os valores, as virtudes que edificaram nossa civilização. O socialismo é uma utopia, por que não é lógico e por que não é justo. O comunismo não funcionou em lugar algum, deixando tão somente atrás de si um rastro de destruição, morte, tristeza, desesperança. Por isso, ele somente pode ser implantado pela força ou pela manipulação ideológica.
Prezado leitor: O que está em jogo nestas eleições, não são candidatos, mas ideologias.