Sou um apaixonado pela língua portuguesa. Não é uma língua fácil, ao contrário, é muito complexa, mas por isso mesmo, sua riqueza é praticamente imensurável. Entretanto, quando comecei estudar a Bíblia nas línguas originais, fiquei perplexo ao descobrir que numa das palavras mais importantes, ou senão a mais importante, nossa língua é muito pobre.
O que é amor? Em português o amor veio a significar qualquer coisa. Tanto pode ser o sentimento mais nobre que um coração humano pode conceber, quanto uma relação sexual ilícita. Assim, em nossa língua, tudo se explica e se justifica em nome do amor.
Na língua grega, no entanto, existem várias palavras para definir os diferentes aspectos do amor. O amor meramente sexual, é “eros”; “phileo”, é o amor que aproxima os amigos; “Ludos” é o amor divertido, como o das crianças que gostam de brincar juntas; “Pragma”, fala de um relacionamento maduro e estável, como a longa convivência em um bom casamento; “philautia”, é o amor próprio, que se traduz por uma autoestima saudável; “storge”, é a afeição recíproca dentro da estrutura familiar.
Mas existe finalmente uma palavra especial, usada para definir o amor pleno, absoluto; um amor que pode perpassar por todos esses outros amores, mas que está acima e além de todos eles: o amor “agape”. “Agape” é um amor quase inconcebível, inexplicável, ilimitado e incondicional. É o amor de Deus e é o amor cristão, que traduzido no latim por “cáritas”, originou a nossa palavra caridade e que por aqui, perdeu quase todo seu sentido, significando pouco mais do que dar esmola aos pobres.
Entretanto, A Bíblia salvou, através do apóstolo Paulo, o verdadeiro sentido desse amor. Eis então, o que significa o amor em sua plenitude: “E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente: Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba” - (1 Coríntios 13.1-8 a).
Prezado leitor: Diante desse quadro, e sabendo que é isso que Deus pede de mim, não tenho saída senão silenciar, me envergonhar, e me ver completamente perdido. Mas eis que então ali, no degrau mais baixo da minha humilhação, levanto os olhos e vejo que é exatamente esse amor que me salva: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que tudo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3.16) A conversão, é simplesmente me render a esse amor.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!