Talvez uma das grandes confusões que façamos em nossa jornada cristã é quanto àquilo que agrada e o que desagrada a Deus. Os apóstolos, muitas vezes, enganaram-se sobre essa questão. Os fariseus então, nem se fala! Certa ocasião Jesus estava indo para Jerusalém e os moradores de uma vila samaritana recusaram-lhe hospedagem. Tiago e João, numa reação totalmente estranha desproporcional perguntaram a Jesus: “O Senhor quer que oremos para que caia fogo do céu e os mates?” Mas Jesus lhes disse: “De jeito nenhum! Eu vim salvar os homens, não aniquilá-los!” (Lc 9.52-56)
Jesus contou uma parábola revelando esse engano. Disse que, no fim dos tempos, muitos serão pegos de surpresa ao descobrirem que, o que faziam e achavam que estavam agradando a Deus, nada representou para Ele. Devemos ter cuidado, nós que nos denominamos cristãos, que acreditamos que sabemos o que devemos fazer e que acreditamos que estamos fazendo algo para Jesus, servindo-o. Jesus falou de pessoas que se surpreenderam por não serem reconhecidas como quem achavam que eram! “Quando foi que não te servimos?”, perguntaram! Talvez porque pensassem que, o que mais faziam, era servi-lo. E a resposta foi: “vocês não me serviram, pois não serviram aos seus semelhantes!”. (Mt. 25.14-30)
Precisamos ter muito cuidado, pois não somos imunes o risco de estar colocando nossa religiosidade em lugar de nossa espiritualidade e nossa instituição religiosa no lugar do Reino de Deus. Há o risco de sermos evangélicos bem alinhados com nossas igrejas, mas cristãos totalmente desviados do Reino de Deus. Um importante parâmetro é o lugar das pessoas em nossa vida. O quanto as amamos, servimos e respeitamos! Para os judeus o sábado era mais importante que as pessoas. Para Jesus não – “o sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado” (Mc 2.27).
Nesses longos anos que vivo o dia a dia da vida em Igreja, tenho percebido que assim como a religiosidade hipócrita dos fariseus lhes rendiam muitos aplausos da parte daqueles que os seguiam, também a Igreja é um lugar propenso a alimentar vaidades. Não são poucos aqueles que se utilizam dos tantos palcos que as Igrejas oferecem, não para servirem as pessoas, mas apenas para alimentarem suas vaidades. Não é de admirar, portanto, que tantos escândalos se sucedam na História da Igreja.
Para servir a Cristo é preciso morrer diariamente, numa entrega constante e crescente, até que o nosso ego aprenda a não fazer mais qualquer exigência: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. (Fp. 2. 5-8)
Prezado leitor: Então significa que servir a Cristo será sempre sinônimo de rejeição e cruz? Não necessariamente, mas ainda que fosse, a história não acabaria ali: “Quando Cristo que é nossa vida, se manifestar, então vós também sereis manifestados com ele, em glória”. (Cl. 3.4)
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!