Vivemos num tempo em que a conduta humana tem sido tão relativizada, ao ponto de parecer que realmente já não podemos afirmar que existe o certo e o errado. Entretanto, contraditoriamente, nunca tantos direitos estão sendo reivindicados. Com base em que, afinal, os reivindicamos? Poderíamos reivindicá-los também diante de Deus? Quero transcrever um breve trecho da argumentação de C.S Lewis, em seu livro, Cristianismo Puro e Simples:
“Mesmo que você consiga encontrar uma pessoa que afirme com toda certeza que não crê que haja o certo e o errado, essa mesma pessoa irá apelar para isso logo em seguida. Ela poderá até quebrar a promessa que fez a você, mas, se você tentar quebrar a sua promessa com ela, num piscar de olhos ela ficará reclamando que “não é justo”.
Uma nação poderá até dizer que não liga para os tratados; mas então, no momento seguinte, ela passa a expor o seu caso, dizendo que aquele tratado particular que os outros querem quebrar era injusto. Entretanto, se os tratados não interessam, se não há tal coisa como o certo e o errado – em outras palavras, se não há Lei Natural -, a lei da natureza humana, qual seria a diferença entre um tratado justo e outro injusto? Não foram eles mesmos que se traíram, mostrando que, por mais que falem contra ela, conhecem a Lei Natural como qualquer outra pessoa?
Parece, então, que seremos forçados a aceitar que existe o certo e o errado. As pessoas podem muitas vezes enganar-se sobre eles, da mesma forma que as pessoas às vezes erram os cálculos; mas isso não é uma mera questão de gosto ou opinião, mas de tabuada. Agora, se estamos de acordo em relação a isso, vou para o meu próximo ponto, que é o seguinte: Nenhum de nós observa a Lei Natural de fato. (....) Mas se não existe certo ou errado, por que damos desculpas? O fato é que elas, as desculpas, são mais uma prova da profundidade da nossa crença na Lei Natural, quer ela nos agrade, quer não.
Se não acreditássemos no comportamento digno, por que ficaríamos tão preocupados em dar desculpas por não termos nos comportando de maneira digna? E o curioso é que somente para o nosso mau comportamento é que damos tantas explicações e é só o nosso mau humor que procuramos justificar pelo cansaço, pela ansiedade ou pela fome; já o nosso bom humor atribuímos a nós mesmos.
Estes são, então, os dois pontos que eu gostaria de destacar: primeiro, que os seres humanos, de todos os cantos do mundo, têm essa ideia curiosa de que devem se comportar de determinada forma e não conseguem realmente não fazê-lo; em segundo lugar, os indivíduos, na verdade, não se comportam dessa forma. Eles conhecem a Lei Moral, mas a transgridem. Esses dois fatos são a base de todo o pensamento claro sobre nós mesmos e o universo onde vivemos.”
Prezado leitor: Na verdade, essa Lei da Natureza Humana, nada mais é do que o reflexo da imagem e semelhança de Deus, ainda impressa em nosso ser. Não temos como fugir desse fato: Todos nós sabemos o que é certo e o que é errado, porém corrompidos pelo pecado, não conseguimos corresponder sequer aos apelos da própria consciência. Sendo assim, como poderíamos corresponder às expectativas do Deus? Eis a razão por que esse mesmo Deus, santo, justo e amoroso, não tendo como nos salvar pela nossa própria justiça, criou o caminho da graça: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. (Romanos 3.23-24)
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!