Quanto em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, proclamou a república, os motivos não eram muito diferentes daqueles que minguam nosso país nos dias de hoje: A corrupção na política e a inadequação do sistema de governo e das próprias leis ao momento histórico pelo qual o país atravessava. A “res pública”, ou “coisa pública” estava sendo negligenciada, em detrimento aos interesses de uma minoria, no caso a família imperial e os seus protegidos. Então o exército interveio, houve um plebiscito, a república foi proclamada e lá se vão cento e vinte oito anos. Mas o que realmente mudou? O que temos a celebrar?
O problema do Brasil, desde o seu nascimento como nação, não está nos seus poderes constituídos, mas na sua genética. Claro não podemos generalizar, mas o fato é que o brasileiro quer ser malandro sim, quer “levar vantagem em tudo” sim, e não há sistema político que funcione com um povo que carregue essa índole. O pensamento republicano tem origem na concepção de um Estado que zela pelos interesses dos seus cidadão, tendo porém a contrapartida de que o povo também zele por aqueles interesses que lhe são comuns. Uma concepção de nação, onde governantes e cidadãos trabalham juntos pelas mesmas causas.
Nesse sentido, a compreensão de república exige que todos os cidadãos compreendam uma princípio básico: Aquilo que é público é de todos, no uso e no cuidado. Assim, por exemplo, a praça é de todos. Os banheiros da praça são para todos nós!?!? Os brinquedos novos do “play ground” da praça, são das nossas crianças. O nosso lindo “caminhódromo”, que bênção, é nosso. O quase esquecido parque João Batista Marchese, continua sendo público. A Lagoa da Linha Garibaldi, também ainda é nossa. As árvores que a Prefeitura insiste em replantar todos os anos, pertencem a todos nós. As placas que ajudam na sinalização do trânsito, existem pra orientar a todos. Nossas ruas, são “res pública”, lógico! E, até mesmo os passeios públicos, o que nem todos levam muito a sério por aqui, são de fato públicos!!!
O problema é que mesmo aqui em Encantado, estando creio eu, num nível bem acima da média do Brasil, temos grande dificuldade de pensar em termos “res pública”. Todos temos uma clara noção dos nossos direitos, mas facilmente “lavamos as mãos”, quando se trata de zelar por aquilo que é comum. Como caminho bastante pela cidade, encontro belas exceções; pessoas que estendem seu cuidado às calçadas, árvores e até às ruas em frente às suas casas, contudo, nunca vi um cidadão consertando um brinquedo que seu filho eventualmente tenha quebrado numa praça pública. O fato é que nossos melhores exemplos ainda estão ainda muito aquém daquilo que uma boa república exige.
Eu nem queria falar do espírito de vandalismo que ainda assombra nossa cidade, mas outro dia, na rua Antônio de Conto, me deparei com pelo menos cinco ou seis placas de trânsito destruídas. Alguém dirá: São jovens retornando de alguma boate ou algo assim. Mas o que esses jovens aprenderam em casa? O fato é que temos um longo caminho pela frente e aproveito essa data para trazer essa reflexão que parece mais cívica, mas quem disse que o cívico não anda de mãos dadas com o espiritual?
Prezado leitor: O que então o cristianismo tem a contribuir com a república? O seu paradigma fundamental: A CRUZ. O paradigma da cruz muda corações, muda sociedades, muda nações, muda o mundo, porque é o exemplo supremo de quem cuidou muito mais dos outros do que de si mesmo. O Evangelho já mudou o mundo tantas vezes, e é o único poder capaz de mudá-lo novamente. Sob todos os aspectos, Jesus Cristo é o Salvador do mundo. Aleluia!!!!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!