A Palavra corrupção significa a degradação de um estado natural. Algo que possuía uma determinada natureza e existia para um determinado fim, mas que por algum fator interno ou externo, se degenerou. Ora, para que algo possa ser definido como corrompido, é necessário que se conceba uma existência anterior de integridade; um estado aceito como natural ou ideal. Eu não poderia devolver um produto adquirido num supermercado, se não houvesse critérios para determinar que esse produto passou de um estado para outro. Por exemplo: A nata que azedou, a farinha embolorada, o pão mofado, o suco natural que fermentou, o feijão bichado.
Hoje, quando falamos de corrupção a primeira imagem que nos vem à mente é o mundo da política. Somos unânimes nesse sentido, por que todos sabemos a razão pela qual um povo elege seus governantes. Essa questão é tão pacífica, quanto reconhecer que a farinha embolorada não é mais própria para fazer pães. Porém a corrupção vai muito além do mundo da política, porque assim como em relação ao comportamento dos políticos, há padrões ideais em todas as dimensões da vida. Quando esses padrões são seguidos, a ordem natural é preservada, mas quando esses padrões são quebrados, a corrupção se estabelece, trazendo inevitáveis consequências sobre os indivíduos e sobre a sociedade como um todo.
Ainda falando do mundo da política, enquanto não tínhamos conhecimento de certos fatos ou enquanto a corrupção acontecia numa proporção menor, podíamos até nos acomodar com a ideia de que um pouco de corrupção é inevitável e que poderíamos conviver com suas consequências. Porém à medida que ela foi se tornando endêmica, fica claro que não é mais possível admitir esse estado de coisas, pois os seus efeitos são devastadores. Mas por que a situação chegou a esse ponto? Por que todos fizemos vistas grossas ao problema: Uns, por que ainda não se viam prejudicados, outros, por que de alguma forma estavam também levando vantagem e, outros, por que não acharam que valesse à pena lutar pela causa. Ora, se esse mal tivesse sido combatido lá atrás, certamente não estaríamos vivendo esse caos.
Mas, no caso da política, quem sabe pode ser revertida, porque há um ponto de referência que se mantém; um padrão ético de conduta que é tido por ideal, o que torna possível recolocar as coisas em ordem. Mas o que acontecerá em tantas outras áreas onde as referências estão sendo jogadas fora? O que acontecerá nas dimensões da vida onde já não se quer admitir que exista um padrão ideal a ser perseguido? O que acontecerá a uma sociedade que se dobra à ideia de que também podemos fazer pães com farinha embolorada?
Claro que muitas coisas podem mudar com o tempo, porém as mudanças devem ser fruto de uma construção gradativa e comprovadamente benéfica e não por imposições ideológicas. Não é loucura pensar que já não podemos mais, sob pena de sermos tidos por “fóbicos”, definir a diferença entre um menino e uma menina, um homem e uma mulher? Não é loucura pensar que não podemos mais definir o que seja um padrão ideal de família? Não é loucura pensar que os pais já não são mais livres para transmitir um legado moral aos seus filhos? Em que níveis de corrupção já adentramos? Que consequências advirão de tudo isso?
Prezado leitor: É hora de acordar desse “porre ideológico”, pois quando as pessoas estão embriagadas nunca atinam com as consequências das suas ações. Mas se ainda estamos lúcidos, não podemos nos calar diante de tanta loucura. Talvez você não se veja diretamente afetado, mas qual será o futuro dos seus filhos? Ou dos seus netos? Como advertiu o profeta Jeremias: “O que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim?” (Jeremias 5.31)
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
