Há poucos dias atrás, conversando com um amigo que atua na área da saúde em nosso município, ele expressava sua preocupação com o aumento assustador de casos de gravidez na adolescência. Mas há um dado que ele dizia ser quase matemático: meninas que enfrentam uma gravidez aos 13 anos, aos 16 anos invariavelmente estarão necessitando de acompanhamento psicológico ou  psiquiátrico. É evidente que uma menina de 13 anos, educada nos moldes de hoje, não está preparada para a maternidade.   No entanto, por contraditório que possa parecer, elas estão engravidando cada vez mais cedo.   Nós podemos culpar a televisão, a literatura, o sistema de ensino, a crise econômica, a própria lei que impede o trabalho de menores,   e por aí à fora.  

Não desconsiderando todas essas realidades, acho que o estilo de  vida de promiscuidade sexual que nossa juventude está vivendo tem muito mais a ver com a qualidade de vida que nossos jovens estão desfrutando em suas famílias. Talvez em cidades grandes a situação possa ser diferente, mas aqui em Encantado,  grande parte  dessas meninas que engravidam tão cedo, vivem em famílias “normais”, onde há um pai e uma mãe.   Certamente a maioria delas não pertencem a uma classe excluída, que não possa freqüentar uma escola, uma igreja, ou que tenha necessidade de  se prostituir para sobreviver. 

Diante disso tudo, me ocorreu pensar, não nas mães prematuras, mas  nas avós prematuras.  Você mulher que vê hoje sua filha engravidando aos 13 anos de idade, ou antes disso, que tipo de mãe você tem sido?   O que tem ocupado seu tempo e seus pensamentos?  

Para tudo na vida existe um tempo determinado. Se não fazemos as coisas em seu tempo, não adiantará  “chorar o leite derramado”. Há tempo para sermos pais. Se não usarmos bem desse tempo, é bem possível que tenhamos que ser depois os  pais de nossos netos.

O que fazem os pais e mães encantadenses  nas madrugadas dos fins-de-semana quando os jovens invadem a rua Pe. Anchieta?   Será que não sabem das conseqüências de  soltar seus filhos à vontade, motorizados, com dinheiro no bolso e acesso à tudo o que o diabo colocar diante deles? Será que esqueceram da força dos apelos sensuais da mocidade? Será que não sabem dos efeitos do álcool e das drogas na cabeça de um jovem? Será que imaginam que eles passam a noite tomando coca-cola e falando sobre última prova de matemática?  

Eu sei que há muitas justificativas e muitas desculpas esfarrapadas para que os jovens continuem entrando sem restrição alguma em tantas portas de perdição que esta sociedade oferece. Mas infelizmente sei também que não seria pequeno o número de pais e mães que perseguiriam os próprios filhos se eles desejassem entrar pelas portas de uma Igreja que os levassem a uma verdadeira conversão a Cristo. Ou será que estou enganado?  

Quero homenagear, sim, aquelas mães conscientes, que amam com amor inteligente e que  dão um testemunho de vida digno de ser seguido.   Mas há algo preocupante acontecendo! Não podemos ignorar os fatos. E, é oportuno dizer também que sobre os homens pesa uma responsabilidade ainda maior, porque Deus os colocou como “cabeça” da família, ainda que a lei tenha excluído esse papel. Mas, é um assunto do qual não quero me ocupar hoje, afinal comemoramos neste domingo o Dia das Mães!

Então você que é mãe, não importa sua idade, assuma de modo radical e definitivo o seu papel, realize-o com toda sua força, seu coração e sua inteligência, pois ser mãe é um cargo de confiança de Deus. Não deixe que nada, mas absolutamente nada a desvie dessa missão. Clame pela vinda do Reino de Deus sobre sua vida e sua casa. Que a exemplo de Maria, você ouça o chamado de Deus e responda: “Aqui está a serva do Senhor” – Lucas 1.38.