BELEZA E SOFISTICAÇÃO
Por: Pr. Armando Castoldi
14/03/2017
BELEZA E SEDUÇÃO
Nós somos atraídos pela beleza. Ninguém corre atrás daquilo que acha feio, pois a beleza é um atributo divino colocado em nós: “Viu Deus tudo quanto fizera e viu que era muito bom” – Gênesis 1:31. Portanto, ser criados à imagem e semelhança de Deus, significa não somente que somos revestidos de beleza, mas que temos também o dom de apreciar o belo. Tudo era perfeito no jardim do Éden. Nada havia que causasse medo ou repulsa. Tudo estava em ordem e o ser humano era feliz, até que um novo personagem entra na história.
Uma coisa é a beleza inanimada, que somente pode ser contemplada por outros olhares. Outra coisa é a beleza inteligente, que possui a capacidade de contemplar-se a si mesma. Há um impasse aqui, pois que sentido faria a beleza se não houvessem olhos que a pudessem decifrar? E como criar seres com essa capacidade, sem colocar neles beleza? Foi o risco que Deus decidiu correr. É um fato estonteante, mas é real, e foi o que aconteceu: “Tu eras querubim da guarda, ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas, até que se achou iniquidade em ti” – Ezequiel 28:14.
O restante da história todos nós bem conhecemos, pois não podendo mais permanecer na presença de Deus, o anjo de luz tornou-se o adversário e, não podendo vingar-se diretamente contra o próprio Deus, voltou-se contra a obra prima da sua criação, mirando num ponto fraco que ele já conhecia muito bem. Eva e depois Adão, foram traídos pela atração da beleza. Não a sua própria, num primeiro momento, mas a beleza que seus olhos tinham a capacidade de contemplar: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu” – Gênesis 3:6.
Evidentemente que há outros elementos envolvidos na queda, mas não há como negar que a beleza exerceu naquele momento e continua exercendo sobre nós um fascínio incomparável. Porém, e eis o porém, na beleza opera também a sedução. A sedução não mostra uma beleza real, ela é sempre sofisticada e, quando fomos traídos pelo brilho falso de uma oferta fácil, se corrompeu em nós esse atributo. Por isso, temos essa triste tendência de rejeitar a beleza das coisas simples e puras, e correr desesperados atrás da sofisticação. Quanto é verdadeiro daquilo que diariamente faz brilhar os nossos olhos?
Então levanto aqui uma questão de extrema importância: Porquê Jesus foi crucificado? Claro, sabemos que da parte de Deus, sua morte era necessária, pois dela viria a expiação das nossas culpas. Porém no mundo concreto, no mundo dos homens, os olhos daqueles que exigiram a crucificação, enxergaram em Cristo uma imagem invertida: “Por que foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse” – Isaías 53:2.
Prezado leitor: Que sentimento lhe causa a cruz? Que tipo de mensagem o atrai? Cuidado com a sofisticação, pois ela carrega o poder de destruir até mesmo a sua fé: “Mas receio que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo” – 2 Coríntios 11:2.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!