A RESPONSABILIDADE DE DEUS
Por: Pr. Armando Castoldi
31/10/2016
Sei que não é pequeno o número daqueles que, ou chegaram a verbalizar, ou já sentiram-se tentados a dizer aos pais: -vocês me colocaram no mundo, então agora me aguentem. Ora, é lógico que não pode pesar sobre os pais tamanha responsabilidade. Por isso, os pais sábios tentarão desde muito cedo inculcar nos filhos a consciência de que um dia eles deverão alcançar sua própria autonomia e assumir a responsabilidade de seus próprios atos. Aqueles no entanto que fazem sempre a vontade dos filhos; que sempre encobrem as suas falhas; que reparam sempre os estragos das suas irresponsabilidades, não raro terão que visitá-los num presídio ou numa clínica de recuperação de dependentes químicos. Por isso, um pai sábio, ainda que viesse ouvir da boca de um filho tamanha bobagem, não cairia nessa armadilha: “A alma que pecar, essa morrerá: o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele e a perversidade do perverso cairá sobre este” - Ezequiel 18.20.
Tomo esse exemplo para ilustrar o grau de responsabilidade que Deus toma para si em relação ao homem. Tenho encontrado muitas pessoas que têm para com Deus a mesma atitude de um filho ingrato, quando dizem ou pensam: - Se Deus me fez assim, então Ele que me aguente como eu sou. Mas será que conseguiremos aprisionar Deus nessa armadilha? Será que de fato Deus é responsável em tal medida pela nossa vida? Eu sei que muitos pais, movidos pela culpa, pela carência afetiva ou pela insegurança, se rendem diante desse jogo emocional. Mas será que podemos jogar assim com Deus, como se Sua vida sem nós perdesse o sentido? Onde afinal termina a responsabilidade de Deus e começa a nossa responsabilidade?
Se formos pensar em termos de responsabilidade, Deus poderia ter “lavado as mãos” ainda no Jardim do Éden, quando conscientemente Adão e Eva se rebelaram; ou poderia ter acabado tudo no Dilúvio, quando toda criação havia se corrompido; ou poderia ter desistido dos homens quando construíram a Torre de Babel, presumindo conquistar o Céu pelas próprias forças; ou poderia ter dado basta quando a multidão gritava freneticamente: “crucifica-! Crucifica-o!” – Lucas 23.21.
Mas justamente ali, quando a porta da salvação poderia ter sido definitivamente fechada, Deus a escancarou diante do mundo. Agora, como um pai amoroso, Ele tem esperado pacientemente que a cruz de Cristo comova os nossos corações. Entretanto, quem entender que a salvação deva ser de outro modo, precisará considerar que por mais que Deus nos ame, Ele jamais irá assumir uma responsabilidade que ultrapasse os limites da Sua própria justiça: “Por isso, não levando em conta os tempos da ignorância, Deus agora notifica aos homens que todos e em toda parte se arrependam, porque ele fixou um dia no qual julgará o mundo com justiça por meio do homem a quem designou, dando-lhe crédito diante de todos, ao ressuscitá-lo dentre os mortos” – Atos 17:30-31.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!