“Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora.” (João 12:27)
Nestes dias, quando se comemora a data mais importante do cristianismo, somos desafiados a olhar para a cruz, símbolo e centro da mensagem cristã. São muitos os sentimentos que a cruz nos evoca, entretanto, temos a tendência de olhar para ela, como algo muito distante da nossa realidade. Distante, não só pelo tempo, mas também pela forma aparentemente ilógica como aconteceu.
Por isso, impactados com as imagens que reeditam esses cruciais momentos da História humana, multidões se emocionam e conseguem de alguma forma compreender um pouco da dor que Jesus sentiu. Nem passa pela nossa cabeça que diante das telas ou em meio às encenações da Paixão de Cristo, alguém iria gritar: Crucifica-o! Mas quantos compreendem, no coração, o que realmente se passou ali? E quantos entendem em sua razão, a razão de tamanho sacrifício?
O que Jesus teria feito para merecer esse castigo? Será que tendo derrotado tantas vezes a satanás, agora teria caído em suas mãos? Nada disso! Ao contrário, desde a incitação de Herodes para matar os infantes de Belém, até o dia em que profundamente agoniado suou gotas de sangue na Jardim do Getsemani, o diabo fez tudo para que Jesus morresse de outra forma ou, que talvez até que nem morresse, aceitando outra proposta de vida, como lhe propôs com tanta ousadia, na tentação do deserto.
E assim, driblando a astúcia dos homens e de satanás, Jesus foi seguindo seu caminho. Seus milagres deixavam a todos atônitos. Seus ensinos, soavam como as palavras mais extraordinárias que alguém pudesse proferir. E tinha que ser assim, porque Ele era de fato o Messias! Entretanto, tudo teria caído no vazio ou no esquecimento, se Ele tivesse evitado a cruz. Era ali, no Calvário, que tudo se definiria. Somente a cruz legitimaria sua missão: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto”. (João 12:24)
De fato, se não houvesse a cruz, o Filho, que voluntariamente se esvaziara da glória, não teria ressuscitado, nem teria retornado ao Pai, nem poderia ser o nosso salvador. A cruz selou sua credencial de poder: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. (Mateus 28:18-20)
Prezado leitor: Nestes dias então, é natural que todos nós nos sintamos comovidos com o sacrifício de Jesus, porém lembre que embora você possa dizer com plena convicção que jamais teria se juntado à multidão que pediu sua morte, foi também pelos seus pecados que Ele morreu. E lembre também, que a única forma de corresponder concretamente à cruz de Cristo, é depor os próprios sonhos, os próprios projetos, a própria vida aos Seus pés e depois então, segui-Lo: “ Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer,