O NATAL E A COMPREENSÃO DA GRAÇA
Por: Pr. Armando Castoldi
23/12/2015
O cristianismo bíblico parte de um pressuposto básico: Por causa do pecado, o ser humano está afastado de Deus e, sem a intervenção da justiça divina, permanecerá irremediavelmente perdido. É simples assim: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não está julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. (João 3:16-18)
Não haveria necessidade de uma redenção universal se a queda não fosse uma realidade universal. Sendo assim, não há qualquer possibilidade que alguém, seja quem for, se salve por sua própria justiça: “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas: a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça, no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus”. (Romanos 3:21-26)
Veja como é o relato do anúncio do nascimento de Jesus: “Havia naquela mesma região pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. E um anjo do Senhor desceu onde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou a redor deles; e ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura”. (Lucas 2:8-12).
A visão com a qual aqueles pastores se deparariam no mundo concreto era algo de extrema simplicidade: “Uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura”. Entretanto a realidade espiritual que pairava sobre aquele menino, era algo de extraordinária grandeza, de incomparável glória, de inconfundível significado: Ali estava aquele que deveria tornar-se “o” Salvador, “o” Cristo, “o” Senhor. Trinta e três anos depois, no seu discurso no dia de Pentecostes, o apóstolo Pedro não deixa qualquer dúvida: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importante que sejamos salvos”. (Atos 4:12)
Hoje, neste estranho universo pós-moderno, dominado por tantos relativismos, o discurso do Natal é no mínimo ultrapassado e intolerante. O mundo não aceita mais a mensagem exclusivista da salvação em Jesus Cristo. Afinal, que Deus é esse que condena a todos os que não se amoldam as suas exigências? Que Deus é esse que define padrões morais para todos os seres humanos? Que Deus é esse que se nega a legitimar escolhas diferentes? Bem, a quem interessar possa, esse é o Deus do Natal!
Prezado leitor: O Natal é a boa nova de salvação para quem se sente perdido; o Natal é a boa nova de salvação para quem compreende que não pode alcançar o Céu por conta própria; O Natal é a boa nova de salvação para quem, reconhecendo sua incapacidade de agradar a Deus, aceita ser alcançado pela graça; o Natal é a boa nova de salvação para aquele que, reconhecendo sua indignidade, aceita ser visto através de Jesus e assim, possa também sentir-se filho e amado do Pai.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!