O QUE JESUS PENSA DO NATAL?
Por: Pr. Armando Castoldi
23/12/2015
Mais um Natal está chegando. Refletindo sobre isso, me ocorreu uma pergunta: O que Jesus pensa do Natal? Prá começar, não disponho de qualquer informação bíblica, pois na Igreja Primitiva não se comemorava o nascimento de Jesus. Essa festa somente foi inserida na tradição cristã no século IV, substituindo a festa de nascimento do deus sol, no solstício de inverno que ocorria no dia 25 de dezembro. A data, portanto, nada tinha a ver com o Natal.
Os Evangelhos relatam que o nascimento de Jesus se deu quando os pastores estavam nos campos com seus rebanhos. Isso comprovadamente não acontecia no inverno e sim na Primavera, estação que no Hemisfério Norte corresponde ao nosso Outono. Portanto, é provável que Jesus tenha nascido lá pelos meses de abril ou maio. Tal substituição tinha a boa intenção de aproximar os povos pagãos do cristianismo, mas sejamos honestos: Começou não sendo uma verdade inteira!
Interessante que o Natal, mesmo em sua melhor versão, parece não transmitir uma mensagem clara. Jesus devia ser o centro da festa, mas não é. Mesmo excluindo esse intruso personagem chamado Papai Noel, Jesus é celebrado, mas não na plenitude daquilo que Ele é: Jesus, o Cristo!
Quem é o Jesus do Natal? É a criança frágil e indefesa do presépio. Assim, ano após ano, até por que o Natal se tornou a festa das crianças, elas crescem introjetando a imagem de um Jesus que nunca deixou de ser neném; alguém que necessita mais de cuidados do que pode cuidar; alguém lhes inspira simpatia, mas não a obediência.
Será que o presépio teria substituído a cruz? Bem, isso em parte é um fato, mas algo pior aconteceu: Como o aniversariante é sempre uma criança, simplesmente decidimos fazer a festa ao nosso modo. Como consequência, aquilo que era uma festa pagã, vai retomando aos poucos a sua origem. Nem o Jesus menino, nem o Jesus adulto, nem o Jesus crucificado, nem o Jesus glorificado encontram o seu verdadeiro lugar no Natal: “Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser... quem vier”. Que palavras poderiam expressar melhor aquilo que o Natal se tornou?
Mas o que será que Jesus pensa disso? Ele talvez não se importasse tanto com detalhes de datas e cenários, contanto que se contasse toda a Sua história. Ele talvez não se importasse tanto com os que celebram sem se importar com Ele, contanto que aqueles que se importam, se ocupassem em lhes contar a verdadeira história. Ele talvez não se importasse tanto, nem mesmo com essa figura esquisita do Papai Noel, se ao menos ele tivesse a dignidade de não usurpar o Seu lugar na História.
Mas de fato, nós pervertemos o sentido do Natal. E sendo assim, não seria nenhuma heresia imaginar Jesus entrando novamente em cena e fazendo exatamente aquilo que um dia já fez: “Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendiam pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio”. (João 2:13-16)
Prezado leitor: Sempre é oportuno reunir a família e os amigos, compartilhar uma comida especial e trocar presentes. Tudo isso cabe também no Natal, mas nada disso é em si mesmo o Natal. Se você quer celebrar um Natal verdadeiro, nada impede que você faça a sua festa, mas não ignore o personagem principal: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo”. (Apocalipse 3:20)
*Não há Natal sem a presença viva de Jesus em sua vida!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!