O FALAR DO "EU SOU"
Por: Pr. Armando Castoldi
28/10/2015
Sempre sou impactado quando penso na forma como Deus se revelou a Moisés, na sarça ardente. Esse encontro, segundo o relato bíblico, no capítulo 3 do livro de Êxodo, se dá na solidão do deserto, num cenário simples, árido, sem testemunhas. Moisés poderia muito bem ter inventado essa história, mas seria extraordinário que ele houvesse tido esse “insight” a respeito do nome de Deus: “EU SOU”.
Todos os deuses, de todos os povos que eventualmente Moisés pudesse conhecer, possuíam um nome. Como fugitivo de Faraó, casado com uma mulher estrangeira, levando uma vida muito tranquila e já há quarenta anos desvinculado do Egito e do seu próprio povo, deveria também estar pouco ligando para as questões com as quais foi confrontado nesse singular encontro. Aliás, sua resistência em aceitar o desafio que Deus lhe propunha, revela que retornar ao Egito deveria ser a última coisa que poderia estar passando por sua cabeça. Não, Moisés não inventou essa história!
“EU SOU” estava ali naquela sarça, falando com ele, mostrando-lhe algo tão comum naquele cenário e, ao mesmo tempo tão incompreensível: Um arbusto seco que queimava ao calor do deserto, mas que não se consumia. Então Moisés crê! “EU SOU” era o eterno, o imutável, o Senhor da História e da criação, que acabara de revelar-se a ele. Esse fato mudaria toda uma perspectiva: Não seria mais um homem carregando seu deus de um lado para outro, cena tão comum ainda em nossos dias, mas o “EU SOU” , movendo os passos de um pastor de cabras, empurrando-o na direção que preferia não ir e obrigando-o a familiarizar-se com milagres indescritivelmente extraordinários.
Mas será que Deus age sempre dessa forma? Não, pois os milagres ou os juízos de Deus, são a intervenção e a quebra das próprias leis que Ele mesmo estabeleceu: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; o Senhor dos Exércitos é o seu nome – (Jeremias 31:35). A esse respeito Jesus diz: “Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento do vosso Pai” – (Mateus 10.29). Ou seja: Prende-se, mata-se, compra-se e vendem-se pardais livremente, contanto que Deus não decida intervir.
Por que estou fazendo toda essa argumentação? Por que nós de fato não estamos acostumados a ver intervenções sobrenaturais todos os dias. Podemos estudar as leis que regem a vida e o universo físico e com isso tirar conclusões lógicas e fazer previsões precisas. Achamos com isso que o mundo sempre será assim e que tudo estará sempre debaixo do nosso controle. Porém neste tempo, as coisas parecem estar mudando!
Aquele que criou as leis, também pode intervir sobre elas. Ao ler a respeito dos juízos operados no passado ou sobre aqueles profetizado para o futuro, podemos pensar, como muitos de fato pensam, que não passam de devaneios literários. Mas quando o mundo começa a virar de cabeça para baixo; quando todos os valores se corrompem; quando nenhuma palavra humana já parece confiável; quando o clima já não corresponde a qualquer lógica, então é hora de entender, que assim como foi no tempo de Moisés, “EU SOU” está falando. Mas como vamos reagir ao falar de Deus?
No passado, diante dos terríveis juízos derramados sobre os egípcios, Faraó tapou os ouvidos e endureceu o coração. A respeito do futuro, está escrito: “Também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento (34 Kg); e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo grande” – (Apocalipse 16:21).
Prezado leitor: A boa notícia porém, é que o amor de Deus também não muda e mesmo no derramar dos seus juízos, não esconde o seu conselho: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração” – (Hebreus 4:7)
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!