PLANTADOS NA CASA DO SENHOR
Por: Pr. Armando Castoldi
13/08/2015
Por mais que queiramos ignorar, há uma diferença abissal entre o homem e o restante da criação. Se deixarmos a natureza por conta própria, ela permanecerá intacta. Se deixarmos o homem a mercê de suas vontades, o mundo logo se transformará num caos. Sim, o bem também está no coração do homem, porém quando o mal não é reprimido facilmente prevalecerá.
É por isso que precisamos de leis; é por isso que as sociedades adotam princípios éticos e morais; é por isso que o ser humano é naturalmente religioso, pois quando não sentir mais vergonha, culpa e temor de Deus, perderá o senso de valor próprio e permitirá que as coisas mais nocivas se apeguem a ele. Enfim, desde a mais tenra infância, o ser humano precisa de instrução e de limites: “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe”. (Provérbios 29.15) É lógico que temos um grande potencial para o bem, porém somos como uma árvore de cultivo, que somente produzirá bons frutos quando submetida aos devidos cuidados.
Ontem, terça-feira, passei a tarde no meu sítio podando e limpando alguns velhos pés de caqui. Aparentemente não estavam tão ruins, contudo, no final do trabalho fiquei impressionado com a quantidade de parasitas e galhos que precisei remover. Não era sem razão que já quase não produziam mais frutos. Bem, acredito que para eles, deve ter sido um dia traumático. Se pudessem expressar suas emoções, provavelmente teriam me amaldiçoado, mas eu sei que ao primeiro calor da Primavera eles terão de volta toda exuberância da vida que lentamente lhe foi sendo roubada.
Essa é a dinâmica da vida humana: Fomos criados para ser árvores frutíferas nesse planeta único, projetado para ser o jardim de Deus. Porém o pecado afetou seriamente nossas defesas, tornando-nos suscetíveis a inumeráveis forças parasitárias que acabam se apegando a nós. Se não formos periodicamente limpos e podados, nossas forças vitais serão inevitavelmente sugadas. Dentro dessa perspectiva, não temos muitas alternativas: Ou nos deixamos tratar ou perderemos nossa razão de existir. Por isso Jesus declarou: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Toda ramo, que estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda”. (João 15.1-2)
Ora, o ser humano nunca foi afeito a se deixar tratar, porém dentro da cultura ocidental cristianizada, herdamos a consciência que devemos prestar contas a Deus. Assim, mesmo que não passasse às vezes de mera religiosidade ou convenção social, a grande maioria das pessoas buscava pelo menos ter uma vida decente. Hoje entretanto, há uma rebelião aberta contra todo e qualquer freio. Admite-se ainda uma religião, contanto que ela endosse tudo aquilo que os novos paradigmas impõem; admite-se a crença num deus, contanto que ele não interfira aonde não for solicitado.
Mas que vantagem oferece esse tipo de religiosidade? O que me adianta um deus que aprova tudo o que eu faço? O que me adianta um conteúdo de fé que me ensina somente as coisas que eu quero ouvir? Particularmente eu optei pela fé que me desafia a ir além da minha zona de conforto e pelo Deus que me provoca a dor necessária para que eu venha produzir mais e melhores frutos.
Prezado leitor: Tomada por esse obstinado anseio de independência, a humanidade está cada vez mais pobre espiritualmente, se parecendo com um pomar abandonado. Há um espírito de esterilidade e morte que paira no ar. Mas felizmente há também um lugar de cura e restauração e eu e você podemos estar plantados nesse lugar: “O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e verdor, para anunciar que o Senhor é reto”. (Salmo 92.12-14)
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!