DESUMANIZAÇÃO
Por: Pr. Armando Castoldi
20/06/2015
Um dos grandes males que ameaçam o mundo hoje, por mais contraditório que isso possa parecer, é o excesso de informação. Sim, é maravilhoso dispor de um acesso tão rápido sobre tanto conhecimento acumulado, porém essa aparente benção está se tornando a nossa maior ameaça.
É apavorante pensar, por exemplo, no poder de controle que um governo totalitário poderá exercer sobre a população, com tantos meios tecnológicos à disposição. Não temos mais qualquer chance de manter nossa privacidade. Essas e outras tantas ameaças externas decorrentes desse fato pairam hoje sobre nossas cabeças. Entretanto, não é disso que quero falar, e sim sobre outra questão, que acredito seja ainda mais preocupante: A nossa desumanização.
Antigamente se dizia: “O que os olhos não vêm o coração não sente!”. Ora esse pensamento traz como pressuposto a capacidade humana de se sensibilizar com o mundo ao seu redor. Claro que essa mesma capacidade pode produzir reações negativas como ira, ódio, inveja, ciúme, que são reflexos da nossa duplicidade moral, por termos dentro de nós o conhecimento do bem e do mal. Contudo, não há como negar que esse poder inato, ainda que às vezes mais afetado pelo mal do que pelo bem, é o grande indicador da nossa humanidade. Ao reagir de forma consciente e volitiva diante do mundo, ainda que venhamos optar por uma resposta negativa, estamos demonstrando que ainda sentimos; estamos demonstrando que não agimos unicamente por instinto; estamos demonstrando que temos consciência de estar fazendo uma escolha moral.
Ora, é essa capacidade humana que sempre moveu os grandes personagens da História a lutar por seus ideais. Grandes artistas, filósofos, sociólogos, políticos, educadores, cientistas bem intencionados, teólogos, missionários, enfim todos aqueles que dedicaram suas vidas para acrescentar algo de valor à humanidade, o fizeram por acreditar que as pessoas poderiam ser tocadas pelo seu exemplo de vida, sua mensagem ou sua obra. Foi também por essa razão que Deus enviou Seu Filho ao mundo. É bem verdade que Ele foi crucificado, mas ainda assim, Jesus comissionou os discípulos a pregarem o Evangelho. Ele não estava enganado quanto à nossa capacidade de resposta, tanto que eu mesmo estou aqui falando a Seu respeito. Porém a própria Bíblia diz que nos tempos do fim as pessoas “se recusarão a dar ouvidos à verdade”. (2 Timóteo 4.4)
Hoje as informações são tantas e passam tão rapidamente pelos nossos sentidos, que já não conseguimos sentir. O acúmulo de informações é tão grande, e seu acesso é tão fácil, que já somos uma geração sem memória e sem sentimentos. Nada mais nos espanta, nada mais nos choca, nada mais nos escandaliza e nada mais nos mobiliza. Perdidos em meio a essa densa floresta, literalmente perdemos o Norte. Quantas mortes no trânsito no último final de semana? Quantos homicídios no último ano? Onde foi mesmo o último terremoto? Quantas pessoas morreram? Foram oito? Oitenta? Oitocentos? Quantos milhões foram desviados no último escândalo de corrupção? Ou eram bilhões? E quantos cristãos mais foram decapitados pelo radicalismo islâmico? E qual é mesmo a diferença entre o cristianismo e o islamismo? E qual é mesmo a diferença mesmo entre comunismo e democracia? Em quem eu votei nas últimas eleições? O que foi mesmo que eu fiz ontem? O que eu comi na última refeição?
Prezado leitor: No meio de todo esse emaranhado, estamos eu e você. E, se você ainda crê que há uma razão de viver e um destino que nos aguarda, foque seus olhos naquilo que poderá lhe trazer a resposta, pois ainda que esse sistema terrível queira nos fazer esquecer quem somos, Deus nos julgará como seres humanos: “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto, o juízo”. (Hebreus 9.27)
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!