OS ANIMAIS VÃO PARA O CÉU?
Por: Pr. Armando Castoldi
31/12/2014
Dias atrás, ao consolar um garotinho triste com a morte do seu cachorrinho, o papa Francisco teria dito que “o paraíso está aberto a todas criaturas do Senhor”. Isso evidentemente causou um grande rebuliço, especialmente no meio teológico, pois se o Papa quis dizer que os animais também vão para o céu, bem então, eu mesmo começo a ficar preocupado, porque, nascido no interior, me apavoro só de pensar na possibilidade de reencontrar vivos no céu, todos os animais que já matei. Misericórdia!!!
Mas, em muitos seguimentos, especialmente aqueles que têm dificuldade em aceitar os princípios morais da Bíblia, a declaração soou libertadora, afinal, se até os animais vão para o Céu, quem teria seu acesso negado? O fato é que, por mais romântico que tal conceito possa soar, se fosse assim, nem dá prá imaginar como ficaria o mundo. Teríamos que repensar o que fazer com ratos, baratas, mosquitos e, especialmente, repensar radicalmente nossos hábitos alimentares. Dá prá imaginar a situação de um açougueiro no dia do juízo final?
A bem da verdade, independentemente do que o Papa tenha realmente dito ou desejado dizer - afinal, precisamos compreender os contextos em que as palavras são ditas, tal ideia é absurda e não possui qualquer amparo bíblico.
É claro que precisamos ter respeito pela vida, mas se começarmos a divagar sobre algo tão elementar, acabaremos perdendo todas as referências. A ordem da criação é muito clara: “Criou Deus, pois o homem à sua imagem e semelhança, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todo animal que rasteja pela terra” – Gênesis 1.27-28.
No Evangelho que eu conheço, os animais não vão para o Céu e nem para o Inferno. No Evangelho que eu conheço, os animais não vão prestar contas ao Criador. No Evangelho que eu conheço, por mais que os animais possam ser domesticados e assimilar comportamentos “humanos”, nunca chegarão a se tornar imagem e semelhança de Deus. No Evangelho que eu conheço, os animais existem como meio e não como fim da criação. A Bíblia possui inúmeras ordenanças que orientam um domínio sensível e responsável sobre o mundo animal, contudo, não encontraremos uma vírgula sequer, onde possamos fundamentar sua transcendência.
Porém, como tenho falado em muitas oportunidades, vivemos na era das emoções, onde o que importa não é o que se faz e sim o que se sente e, quando são os sentimentos que determinam aquilo que é certo ou errado, estamos andando por uma estrada que já não nos aponta qualquer direção segura. Dessa perspectiva, certamente o céu terá bem mais animais que seres humanos e, o grande pecado já não será ter abortado uma criança e sim ter maltratado um animal. Aliás, as leis já estão caminhando nessa direção!
Agora estamos às vésperas de mais um Natal. Alguém poderá até sustentar o argumento que os animais também vão para o Céu, afinal, o próprio Jesus nasceu entre eles. Sim, Jesus pode ter nascido entre os animais, porém não foi aos animais que Ele pregou o Evangelho; não foram animais aqueles a quem curou; não foi aos animais que Ele trouxe libertação. Ao contrário, para libertar um homem possuído de uma legião de demônios, Ele permitiu que uma grande manada de porcos se precipitasse no mar e perecesse nas águas. (Mateus. 8.28-34)
Prezado leitor: Independente do destino dos animais, o fato é que multidões de seres humanos insistem em ir para o Inferno. Os animais nunca saberiam que são pecadores, contudo eu e você sabemos! Sendo assim, Jesus não teria mesmo que se preocupar com eles, afinal, somos nós que precisamos de salvação e foi por nós que Ele morreu na cruz. Aceitá-lo ou rejeitá-lo é prerrogativa humana, minha e sua, e isso é o que importa!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!