Os caminhos da vida estão repletos de encruzilhadas e, diante delas, precisamos tomar decisões. Se não decidimos, assim como quem está num barco rio abaixo, as águas se encarregarão de fazê-lo. A vida é dinâmica e a cada momento, nossos impulsos interiores, as circunstâncias exteriores e quase sempre a conexão desses dois fatores, nos levam à necessidade de escolher por um lado ou por outro. Embora nenhuma decisão, por menor que seja -até mesmo a decisão de alimentar um simples pensamento, fique isenta de alguma consequência, há decisões que são determinantes: Profissão, casamento, escolha de um lugar para viver, questões relativas à fé, são realidades que estabelecem rumos quase sempre definitivos. Nem posso imaginar como teria sido a minha vida se algumas dessas escolhas essenciais tivessem sido diferentes: Minha profissão poderia ser outra, minha esposa poderia ser outra, meus filhos então seriam outros, minha fé poderia ser outra, minha casa seria outra, meu lar com certeza seria bem diferente. Eu mesmo seria uma pessoa diferente, minha agenda seria outra e até meu destino eterno poderia ser outro!!! Na sexta-feira passada, em nosso encontro oração, refletimos sobre a seguinte relato bíblico: “Certo homem de posição perguntou-lhe: Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus. Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe. Replicou-lhe ele: Tudo isso tenho observado desde a minha juventude. Ouvindo-o Jesus, disse-lhe: Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me. Mas, ouvindo ele estas palavras, ficou muito triste, porque era riquíssimo. E Jesus, vendo-o assim triste disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. E os que ouviram disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo? Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus. E disse Pedro: eis que nós deixamos nossa casa e te seguimos. Respondeu-lhe Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos, por causa do reino de Deus, que não receba, no presente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, a vida eterna” – Lucas 18.18-30. Independentemente dos tantos ensinos do texto ou das tantas indagações que ele possa suscitar, quero dizer que, no meu entendimento, a forma como Jesus conduziu esse diálogo, tinha mais a ver com agenda do que com posse de riquezas. Esse “homem de posição”, mesmo sendo religioso e aparentemente sincero, já tinha definidas as suas prioridades. Talvez estivesse aberto para alterar algum pequeno detalhe, mas não estava disposto a uma mudança radical. Seu perfil era de um homem de sucesso com um grande vazio interior, não diferente de tantos que ainda encontramos e que se tornaram prisioneiros das suas próprias agendas. Mas, na sequência outro homem entra em cena: Pedro. Quando encontrou-se com Jesus, Pedro ficou de tal maneira impactado, que jogou fora a sua agenda. É lógico que diante do confronto que acabara de presenciar, uma “minhoca” se remexeu no seu cérebro: “Eis que nós deixamos nossa casa e te seguimos”. A resposta de Jesus, em outras palavras teria sido: “Pedro, fica tranquilo! Tua nova agenda já está preenchida”. De fato, esse episódio foi apenas mais um dos tantos que ficaram registrados na história de Pedro. Quanto ao “certo homem de posição”, foi sua primeira e última aparição nas Escrituras: “Dois homens, duas agendas, dois destinos”. Prezado leitor: Como está sua agenda? Há nela espaço para aquilo que Deus deseja escrever a seu respeito? Lembre: “Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus”. JESUS, A OÇÃO DA VIDA!