As últimas eleições se mostraram diferentes em muitos aspectos. Há muito tempo não se via tantas pessoas interessadas no assunto. As redes sociais se tornaram um verdadeiro campo de batalha. O povo brasileiro, depois de tantos anos voltou a se interessar efetivamente por política e isso é muito positivo. Por outro lado, como diria o ex-presidente Lula, “nunca antes neste país” se mentiu tanto. Pensando nisso, não é muito tempo que se introduziu em nosso vocabulário a palavra “Marketing”. Claro, sempre se ouviu que “a propaganda é alma do negócio”, porém entendia-se por propaganda meramente a divulgação de algo que se desejasse “vender”. Porém “propaganda” não era uma palavra com sentido absoluto. Propaganda podia ser boa ou má, tanto que os nossos estatutos legais contemplam a punição da propaganda enganosa. Mas diferentemente da propaganda, “marketing” vem com uma conotação que proíbe qualquer adjetivação. Não se tira e não se põe! O “Marketing”, por mais negativo, por mais enganoso, por mais abominável que seja, é “marketing” e, sendo “marketing”, é sempre justificável! E é através desse novo e estranho critério que não somente se determina hoje o resultado de uma eleição, mas que se determina quase tudo ao nosso redor. A bem da verdade, esse novo conceito vai levando tudo de arrasto, fazendo as coisas valerem, não pelo que são, mas pelo que se as faz parecer. Ora, quando essa forma de aferição se restringe ao mundo das coisas concretas, sua natureza boa ou ruim é mais facilmente identificável, afinal, quem compra um mau produto, não o fará segunda vez. O problema é quando o “marketing” invade os campos da ética, da moral, da política, da religião e de todas as dimensões da vida que envolvem conceitos mais subjetivos. Nesse âmbito, não é tão simples detectar o mal. Ali, as pernas da mentira são normalmente mais compridas e quando a verdade aparece, quase sempre a conta já foi paga. Durante o período eleitoral, os comentaristas políticos eram unânimes em afirmar que esta não foi a campanha dos candidatos, mas dos marqueteiros. Quase tudo girou em torno de um permanente fogo cruzado de acusações, onde a mentira foi a grande protagonista. Então, como esse jogo sujo provavelmente obscureceu grande parte das questões envolvidas, fica difícil tecer qualquer comentário sobre o resultado das eleições ou mesmo fazer qualquer prognóstico a respeito do futuro. Mas alguém dirá: Logo ali saberemos quem mentiu e quem falou a verdade. O problema dessa mentalidade, que se deixa tão facilmente enredar, é que uma boa estratégia sustentará também as próximas mentiras, afinal, o “marketing” não somente se ocupa em encompridar-lhe as pernas, mas também em encurtar nossa memória. Qual é o resultado de tudo isso? Uma sociedade que desaprendeu pensar a longo prazo. Isso vai do uso do cartão de crédito, perpassa pelos relacionamentos interpessoais e culmina no próprio relacionamento com Deus. Na verdade o “marketing” já invadiu a própria Igreja e criou o “gospel”, um termo que como o “marketing” quer ser absoluto e, em nome do qual, tudo pode ser oferecido e tudo pode ser comprado. E o Céu? O Céu tem que ser aqui e agora. No final do processo, come-se o fruto e perde-se o jardim! Prezado leitor: De fato, temos nos tornado especialistas na arte de enganar. Tudo estaria bem, se não fossem as consequências; tudo seria justificável se não soubéssemos a origem: “Então a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes, se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. Abriram-se então os olhos de ambos...” - Gênesis 3.4-7 a. Permita-me um pequeno adendo: Tarde demais! JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!