“Aproximando-se os fariseus e os saduceus, tentando-o, pediram-lhe que lhes mostrasse um sinal vindo do céu. Ele, porém, lhes respondeu: Chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está avermelhado; e, pela manhã: Hoje, haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos?” – Mateus 16.1-3.
O interessante deste texto é perceber que aqueles que abordaram Jesus pedindo um sinal do céu - algo que “autenticasse” a sua identidade, não eram pessoas inexperientes. Ao contrário, eles eram aqueles que tinham ascendido às suas posições exatamente em função de atributos que os qualificavam perante a nação de Israel como líderes espirituais, a fim de discernirem os sinais do seu tempo e assim servirem de guias ao povo. Entretanto, apesar de tudo quanto Jesus falava e fazia, eles eram incapazes de compreender quem estava diante deles.
De fato, nem os fariseus, nem os saduceus, nem os escribas, nem os sacerdotes e muito menos as lideranças políticas compreenderam quem era Jesus. Talvez o que chegou mais próximo foi Pilatos e, ainda assim, lavou suas mãos. E o povo? Bem sabemos que o povo, infelizmente, como quase sempre, é massa de manobra. Então é lógico que dentro dessa perspectiva, o destino do Messias seria de qualquer modo a cruz. Claro, nesse caso sabemos que a condenação e morte de Jesus precisava acontecer do jeito que aconteceu. Ele mesmo, depois da ressurreição, clareou a mente dos discípulos de Emaús a esse respeito: “Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse em sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as escrituras” – Lucas 24.25-27.
Felizmente, os erros humanos não impediram que o propósito de Deus se cumprisse. Porém não é todo dia que nos deparamos com exemplos concretos, onde, como costumamos dizer, “Deus escreve certo por linhas tortas”. Não podemos esperar que Deus sempre faça isso. Não podemos tomar as exceções por regra!
Aliás, todos os grandes equívocos da História aconteceram por que as pessoas que legitimamente deveriam estar preparadas para discernir os sinais do seu tempo, não o fizeram. Foi assim com a inquisição, foi assim com o nazismo, foi assim com as grandes guerras, foi assim com o comunismo na Europa Oriental, na União Soviética e em todos os lugares onde se estabeleceu e foi assim, em tantas outras páginas negras que mancharam o caminhar da humanidade sobre a Terra.
Estou trazendo este assunto, por que existem tempos de normalidade, onde as mudanças raramente acontecem e quando acontecem vão se sucedendo lentamente e suavemente, acalentadas pela tranquilizadora luz de um entardecer de céu avermelhado. Porém há outros tempos, quando nuvens negras se levantam ameaçadoramente no horizonte, ou quando, usando as palavras de Jesus, já pela manhã um vermelho sombrio denuncia grandes tempestades. É o tempo que estamos vivendo!
Prezado leitor: Para quem possui um olhar atento, não é difícil perceber que na alvorada da nossa nação, o céu de um vermelho sombrio denuncia manhã após manhã um longo dia histórico de tempestades nunca vistas antes por aqui. Sim, os sinais são exatamente os mesmos que prenunciaram as mesmas tempestades em outras terras. Deveríamos esperar que nossos guias discernissem esses sinais, contudo, mesmo aqueles que pareceriam ter essa prerrogativa e o poder para intervir, assim como Pilatos, lavam as mãos. E o povo? O povo poderá se equivocar, ou não! Que Deus tenha misericórdia e que o povo tenha discernimento! Quanto a mim, reafirmo minha convicção: “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” – Salmo 33.12.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
