O que salva uma pessoa: Sua fé ou suas obras? Esse tema é tão antigo quanto o próprio cristianismo. O apóstolo Paulo diz: “Por que pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” - Efésios 2.8-10.
Já o apóstolo Tiago coloca as coisas nos seguintes termos: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados de alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” - Tiago 2.14-17. Diante dessas colocações, poderíamos concluir que há uma discordância entre Paulo e Tiago a respeito da salvação?
Ainda nesta manhã conversei com uma pessoa que me falava com tanta empolgação a respeito das suas obras, que não consegui deixar de me preocupar em mostrar-lhe o outro lado, porque o coração humano é muito ardiloso e costuma se apoiar naquilo que lhe é mais conveniente. De fato, para alguns, as implicações das obras farão com que eles enfatizem exclusivamente a sua fé e, para outros, as implicações ou o custo que uma fé assumida lhes impõe, fará com que optem por apoiar-se unicamente em suas obras. E quanto a Tiago e Paulo? A meu ver, nenhum deles está tratando da insuficiência da fé ou da inutilidade das obras, mas sim da polarização dos conceitos, que por conveniência elegem uma coisa em detrimento da outra. Creio que Paulo estava preocupado com aqueles que achavam que suas obras por si só poderiam salvá-los, independentemente da fé em Cristo e que Tiago, referia-se àqueles que se utilizavam indevidamente da doutrina da graça, para justificarem sua omissão.
Na prática, é muito triste ver alguém se dizer salvo por Cristo e ter uma vida indiferente ao próximo e também é muito triste ver alguém tão presumido em sua justiça própria, ao ponto de pensar que as obras podem dispensar sua conversão a Cristo.
Não há qualquer contradição entre Tiago e Paulo. Ambos se identificam como salvos por Cristo e também como servos de Cristo. O que ambos nos pedem? Coerência! Sim, pois a fé sem obras é morta e as obras sem a fé não podem operar a salvação. Viver sem obras é ignorar o próximo; viver sem fé é ignorar a Cristo. Quem faz boas obras presumindo com isso obter a salvação, revela que ainda está perdido e “aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas” – 1 João 2.9.
Porém há uma questão importante a esclarecer: O que vem primeiro? A fé vem em primeiro lugar. São muitos aqueles que tentam consertar sua vida a partir das obras, entretanto Jesus deixou claro que não adiantaria colocar remendo novo em pano velho e nem tentar conservar o vinho novo em odres velhos. Sem a conversão, todo bem que o homem fizer, ainda que tenha valor transitório, jamais terá o poder de operar a salvação eterna. Jesus foi muito claro com Nicodemos: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” – João 3.3.
Prezado leitor: Compreendendo que de fato Jesus veio para nos dar uma salvação impossível de ser obtida de outro modo e compreendendo que essa é a nossa grande necessidade, a razão primeira das obras de um cristão é apontar para o Cristo que salva. Afinal, o grande tema da Bíblia não são as nossas obras, mas a incomparável obra da graça, que se opera pela fé no Filho de Deus: “Dirigiram-se , pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus? Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por Ele foi enviado”. João 6.28-29.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
