Há coisas na vida que são evidentes. Fazem parte dos processos naturais e não precisamos ser profetas para discerni-las, nem para prever seus desdobramentos. Entretanto, e vejo isso na administração das minhas próprias questões e na vida das tantas pessoas que aconselho, que mesmo discernindo os processos que estão em andamento, exatamente no ponto mais crítico, temos a tendência de ignorá-los ou subestimar o potencial que eles possuem determinar o nosso futuro. É por esse motivo que empresas vão à falência, que uma doenças se tornam crônicas, que casamentos se desfazem, que filhos se perdem, que decisões são tomadas tarde demais.
Há na Bíblia um relato chocante da reação que Jesus teve quando estava entrando pela última vez em Jerusalém: “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto agora está oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação” – Lucas 19.341-44.
Aliás, Jerusalém já havia passado pela mesma experiência no passado, quando a cidade foi invadida, a casa de Deus destruída e o povo levado para o cativeiro da Babilônia: “O Senhor Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria morada. Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, até que subiu a ira do Senhor contra o seu povo, e não houve remédio algum” – 2 Crônicas 36.15-16.
Jeremias que tinha sido o último dos profetas que insistentemente advertira o rei, os sacerdotes e o povo dessa catástrofe, descreve depois o seu resultado: “Como jaz solitária a cidade outrora populosa! Tornou-se como viúva a que foi grande entre as nações; princesa entre as províncias, ficou sujeita a trabalhos forçados! Chora e chora de noite, e as suas lágrimas lhe correm pelas faces; não tem quem a console” – Lamentações 1.1-2. Infelizmente, já não adiantava “chorar o leite derramado”!
Como tudo poderia ser diferente em tantas áreas, se déssemos atenção às vozes que nos advertem, se atentássemos para os sinais que todos enxergam, menos nós; se não fôssemos muitas vezes tão presumidos em nossa arrogância; se nos humilhássemos a tempo de evitar a derrota, a humilhação, a vergonha, a escravidão.
Claro que tudo isso deve ser aplicado em nossa vida pessoal, mas penso também na situação do nosso país: A corrupção se instalando em todos os lugares; os valores milenares sendo de uma hora para outra jogados fora sem escrúpulos; instituições eternas como o casamento, perderem completamente a relevância; a impunidade, a inversão das hierarquias, a tirania de minorias se impondo brutalmente a uma maioria estranhamente passiva; o desestímulo à honestidade, ao trabalho, à dedicação, à responsabilidade; a meritocracia estranhamente cedendo lugar a essa filosofia absurda que impõe a igualdade lá no final dos processos e não no seu início.
Prezado leitor: Onde vai dar tudo isso? É evidente que as coisas não vão ficar assim. Nosso país está caminhando a passos largos para uma ditadura de esquerda. Ou, o que é menos provável, novamente uma ditadura militar. O certo é que nesse caos que se estabelece, não haverá mais lugar para uma democracia. Como cidadãos, precisamos pensar nisso enquanto é tempo. Mas também quero desafiá-lo a pensar em sua própria vida: Que tempo você está vivendo? Que rumo sua vida está tomando? Que processos estão se estabelecendo? Enquanto é tempo, portanto, preste atenção aos fatos, ouça as vozes que te despertam para a realidade, não te endureças à voz de Deus.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
