O mundo é estabelecido sobre o princípio de hierarquias. Absolutamente tudo está entrelaçado, numa indissociável relação de dependência. Tomo como exemplo o nosso sistema solar. A própria Bíblia diz que é o sol governa o dia e não o dia que governa o sol. Sendo assim, podemos dizer que o sol trabalha para a terra, mas nem por isso está numa posição de subserviência a ela. Do mesmo modo, os pais trabalham para os filhos, porém isso não os coloca numa posição de subserviência em relação a eles.
Mesmo pouco entendendo de astronomia, uso esse exemplo porque estamos vivendo uma crise familiar sem precedentes. Nossos jovens estão literalmente sem rumo, entregues à própria sorte, como planetas desgovernados no espaço sideral. Parece mais ou menos unanimidade que a educação de filhos deve ser firmada no seguinte tripé: Diálogo, Limites, Disciplina. Então eu quero tentar explicar, por que, do meu ponto de vista, nada disso está funcionando.
É lógico que para haver um relacionamento saudável entre pais e filhos, a primeira necessidade é estabelecer uma boa comunicação; um diálogo construtivo. Isso tem sido dito aos quatro ventos e muitos pais percebendo que de fato estão distantes dos filhos, se esforçam por resgatar uma comunicação mais efetiva com eles. Porém todos nós sabemos que para haver um diálogo saudável, é necessário que cada parte conheça sua posição em relação à outra. Eu posso dialogar com uma infinidade de pessoas, porém não posso me portar do mesmo modo com todas elas. Quando exercia a função de Oficial de Justiça, precisava me comunicar com juízes, promotores, advogados, com meus colegas e com todas as partes envolvidas nos processos. Isso não era difícil para mim, pois especialmente no Judiciário, há uma hierarquia muito clara e o código de conduta é que se respeite essa hierarquia. Porém na família nunca haverá uma comunicação efetiva se os filhos não reconhecerem a autoridade dos pais.
Todos nós sabemos que os padrões de comportamento são hoje ditados pelos meios de comunicação, os quais realizam um persistente trabalho de desconstrução, apregoando que a comunicação entre pais e filhos deve ser exercida em nível de igualdade hierárquica. Ora, se for assim, a comunicação irá fracassar diante do primeiro ponto de discórdia, porque afinal, se a autoridade paterna é desconsiderada, é evidente que os filhos sempre terão os melhores argumentos. Eles sempre sabem mais!
Vamos agora analisar a questão dos limites. Todos parecem unânimes em afirmar: “Filhos precisam de limites!”. Porém há uma questão anterior que precisa ser considerada: Quais limites? Num mundo totalmente relativizado, quais são valores que vão embasar os limites? Ora, onde não há o reconhecimento de uma hierarquia entre pais e filhos e onde todos os valores são abertamente questionados, nem os pais encontrarão bases seguras para colocar limites e nem os filhos encontrarão razões suficientemente fortes para se sujeitarem. Simples assim!
Por último vamos considerar a questão da disciplina. Sim, pois onde há transgressão, deve haver a respectiva punição. Mas para tanto, deve haver uma autoridade com investidura para executá-la. Pergunto: Quem respalda a autoridade dos pais para que possam disciplinar seus filhos? Hoje, antes mesmo de ser ensinado aos pais, o Estatuto da Criança e do Adolescente é explicado minuciosamente pelos professores nas escolas, numa inversão grotesca de poder, que inibe abertamente o exercício da autoridade paterna. Um filho hoje, desde a mais tenra infância, não possui qualquer coação externa para sujeitar-se à disciplina dos pais. Antes de tudo, ele aprende que possui direitos!
Prezado leitor: Você pode até discordar, mas para mim fica claro que tudo começa com a rebelião do homem contra o seu Criador. Numa família onde essa hierarquia é restabelecida - na vida dos pais e dos filhos, “Tudo vai bem. Obrigado!”.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!