Hoje em minha leitura bíblica, fiquei meditando no texto de Romanos 8.18-23, que diz: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus, pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Por que sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoração de filhos, a redenção do nosso corpo.”
Evidentemente que não é um texto de fácil compreensão. Há implicações grandiosas envolvidas nas realidades aqui colocadas, mas simplificando, o que essa Palavra nos revela é que Deus já desencadeou um processo de restauração, que começando pela transformação do coração do homem, alcançará em sua plenitude todas as dimensões da própria criação. Essa é a esperança cristã!
De fato, as condições que vivemos neste mundo não são favoráveis. Há uma constante guerra pela vida que inevitavelmente produz um grande sofrimento à criação. E quanto mais afastado de Deus, mais nocivo o homem se torna, porque diante do vazio de qualquer esperança que transcenda o mundo presente, ele não lutará apenas pelas coisas essenciais à sua subsistência ou conforto, mas tentará por todos os meios tirar o proveito que puder do seu semelhante e de tudo quanto o cerca.
Dias atrás meu filho mais velho comentou que o rinoceronte negro foi declarado oficialmente extinto. Minha reação à notícia foi uma tristeza profunda, um mal estar que até agora não passou direito. Como pode o ser humano chegar a esse ponto? Qual é a razão de tamanha crueldade? Utilizada nesse sentido, extinção é uma palavra que choca, pois é a antítese da criação. Se não fomos nós que criamos a vida, como podemos nos dar ao direito de extingui-la?
Então me dei conta que no contexto no qual cresci, não caçávamos apenas pelo alimento, mas pelo simples prazer de matar. Lembro que meu pai contava de como um caçador havia matado o último Jaó [um pássaro de bom porte da família do inhambu] que existiu nas matas da nossa região. Aquilo parecia para mim ter sido um feito heroico. Diante desse fato, refleti que em circunstâncias propícias eu mesmo teria ajudado a extinguir o rinoceronte negro, o jaó ou qualquer outra espécie. Entretanto, com minha conversão, veio a transformação também sobre esse aspecto da minha vida. O mesmo lugar onde cresci, hoje cuido como se fosse meu particular “Jardim do Éden”. Assim, os animais que vivem lá agora, já não precisam andar apavorados como nos tempos da minha infância.
Isso pode não parecer muito, mas já é o prenúncio de algo que Deus haverá de fazer em plenitude, quando num tempo futuro, “a criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus”. Claro que o cuidado da natureza não é o centro da mensagem cristã, mas vejo que este também é um aspecto importante, porque nenhuma área da nossa vida pode ficar à margem da obra restauradora de Cristo. Afinal, tudo muda quando muda o coração!
Prezado leitor: Qual é o impacto que sua vida causa nas pessoas e em tudo aquilo que está no âmbito das suas interferências? O mundo espera ver coerência naqueles que se declaram filhos de Deus. Dizem que quando um homem se converte de verdade, até o gato e o cachorro da casa percebem. Sim, a própria criação anseia pelo dia quando o cativeiro do pecado será definitivamente abolido e o homem possa finalmente assumir a condição para a qual foi um dia concebido no coração do Pai. Então parece lógico, que na vida daqueles que professam tal esperança, alguns sinais já possam ser vistos agora.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!