Graça é a palavra chave na mensagem do Evangelho. Seu significado é simples: “favor imerecido”. O dom da vida já é em si, pura manifestação da graça de Deus. As condições pelas quais sobrevivemos neste mundo são pura manifestação da graça de Deus, afinal, quem criou esse universo tão perfeito dentro do qual viemos a existir?
Ora, isso seria por si só, razão mais que suficiente para encher nosso coração de gratidão ao Criador e nos inspirar a olhar com reverência e consideração aqueles que compartilham conosco as mesmas bênçãos. Acredito que foi olhando dessa perspectiva que Jesus falou aos seus discípulos: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” – Mateus 5.43-45.
Entretanto, quando não vemos a vida dessa forma, começamos a inflar em nosso orgulho, nossa presunção, pensando e agindo como se fôssemos o centro do mundo, como se tivéssemos gerado nossa própria existência e criado o universo que nos acolhe. É a incapacidade de perceber a graça que torna o homem tão arrogante, tão mesquinho, tão ingrato, tão pequeno. Li hoje em uma página do “facebook” um pensamento que define muito bem essa realidade: “O maior ato de fé para o homem é reconhecer que ele não é Deus”. Com certeza, há algo que encobre ao ser humano a consciência da sua verdadeira condição.
Veja o seguinte texto: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” – 1 Coríntios 2.14. Bem, isso significa que necessitamos da graça até mesmo para compreender a própria graça, visto que tanto a nossa reconciliação com Deus, quanto os Seus desígnios para conosco, não são discernidos pelos nossos sentidos naturais, nem alcançados pelo esforço próprio: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” – Efésios 2.9-10.
Quando a graça ainda está encoberta aos nossos olhos, vivemos justificando nossos erros e criando intermináveis mecanismos de defesa para preservar nosso senso de valor próprio. Quando porém entendemos que Jesus morreu exatamente pelos nossos pecados, já não precisamos mais nos esconder ou defender: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” – Romanos 5.1-2.
Prezado leitor: Passados mais de trinta anos da minha conversão, ainda não posso dizer que estou contente comigo mesmo, mas estou cada vez mais contente com Deus! Entrei pelo caminho da graça e continuo dependendo mais e mais da graça. Por mais que eu me esforçasse não teria como pagar por meus pecados, nem reparar a maioria dos estragos que eles causaram na minha própria vida e na vida dos outros. Ora, sendo esta a minha condição, com que justiça eu compareceria diante do Criador, senão com a justiça de Cristo? Tal é a graça que nasceu no coração de Pai, para que um pecador como eu e talvez como você, pudéssemos mesmo assim viver e morrer em plena segurança: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” – Romanos 8.38-39.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!