“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração”. (João 14.27)
Essas palavras foram ditas por Jesus numa das últimas conversas que teve com os discípulos, antes de ser preso, julgado, condenado e morto na cruz. Uma semana antes, quando entrava em Jerusalém ovacionado por uma multidão entusiasmada por pensar que havia chegado aquele que finalmente os libertaria do jugo romano, Jesus tomou uma atitude que destoava radicalmente de toda aquela euforia: “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: “Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos”. (Lucas 19.41).
Até aquele momento, somente Jesus sabia o que o aguardava e somente Ele sabia que a paz que Ele anunciava não era a paz que o mundo conhecia, nem tampouco a paz que ainda buscavam n’Ele, até mesmo aqueles que o seguiam mais de perto. Aliás, uma diferença que talvez poucos até agora entenderam, mesmo entre aqueles que se declaram cristãos.
Por isso, sem impor qualquer condição, mesmo sabendo que grande parte daqueles para quem viera o rejeitariam, Ele pagou, unilateralmente, o preço da paz. Um custo que foi sendo debitado gradativamente, persistentemente, inexoravelmente desde o momento que sua missão foi gerada no coração do Pai, até ao clímax de Sua entrega no Calvário. Ninguém se esvaziou tanto pelo custo da paz! Podemos segui-Lo, podemos imitá-Lo, porém jamais poderemos descer ao nível que Ele desceu: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, sendo reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz” – Filipenses 2.5-8.
Mas como é diferente a paz do mundo! A paz do mundo raramente cede, pouco releva, pouco renuncia, dificilmente se sacrifica. A paz do mundo, sempre estabelece o próprio preço e exige o pagamento. A paz do mundo é sempre condicional. O mundo diz: Sim, podemos viver em paz, mas não mexa comigo, não pise no meu calo, não fira os meus direitos, não toque no que é meu, não invada o meu espaço, não teste os meus limites. A paz do mundo, por ser tão frágil, quase sempre precisa ser sustentada pela imposição, pela força, pelas armas. É por isso tantos falam tanto de paz, mas tão poucos e tão pouco a experimentam.
O apóstolo Tiago diz: “De onde procedem as guerras e contendas que há entre vós? De onde senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” – Tiago 4.1-4.
De fato, quando nosso coração não possui paz, toda nossa energia vital é absorvida por sentimentos de culpas, mágoas, iras, invejas, ciúmes, vinganças e intermináveis “guerras” que acabam nos deixando cada vez mais distantes das pessoas e de Deus: “O salário do pecado é a morte” – Romanos 3.23.
Prezado leitor: O “mundo” quer nos induzir a crer que ao nos sujeitarmos a Deus, teremos que abdicar de todas as coisas boas da vida, quando o contrário é verdade, pois a paz de Deus é a condição essencial para usufruirmos de forma legítima e duradoura de tudo aquilo que necessitamos para ser verdadeiramente felizes: “Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz” – Salmo 37.11
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!