Por: Pr. Armando Castoldi
O temor de Deus é um tema recorrente na Bíblia. O encontramos não somente no Antigo Testamento, onde muitos entendem que Deus agia mais severamente, mas especialmente no Novo Testamento, mesmo sob a perspectiva da graça.
Alguns alegam que não faz sentido temer alguém que nos ama; que amor e temor são conceitos excludentes entre si, porém esta não é a verdade. A Bíblia é clara ao revelar que o amor de Deus não anula a sua justiça e que assim como Ele salva aos que sinceramente se convertem, também lançará no castigo eterno os rebeldes, aqueles que deliberadamente rejeitam a salvação que lhes é oferecida.
Dessa realidade, poderíamos pressupor que uma vez que nos arrependemos dos nossos pecados e aceitamos a Cristo como salvador e Senhor das nossas vidas, o temor de Deus seria desnecessário, porém este é outro grande engano. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Filipenses, depois de expor o grau de humilhação a que Cristo precisou se submeter para tornar-se o nosso salvador, adverte: “Assim, pois amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”. (Filipenses 2.12-13)
Algo que repetidamente falo à Igreja, é que Deus é sério. Se Deus não fosse sério, não poderíamos sequer confiar no seu amor. Ora, uma pessoa séria não precisa ser mal humorada e afetivamente fria, ao contrário, ela pode ser amorosa, afável, alegre e extrovertida. Entretanto, uma pessoa séria leva a vida a sério e quando ela ocupa um lugar de autoridade, aqueles que lhe estão subordinados sabem o tipo de reação ela terá diante do mal; sabem que ela jamais irá negociar os seus princípios: “O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado”. (Naum 1.3)
Assim, por mais que alguém confie no amor de Deus, se não lhe tributar também o devido temor, dificilmente irá se converter de verdade, pois a conversão começa pelo arrependimento e se consuma na transformação cada vez mais profunda do coração. É por isso que “o temor do Senhor é o princípio do saber”. (Provérbios 1.7)
De fato, o temor de Deus é o fator de equilíbrio no meu viver diário. É o temor de Deus que me põe no devido lugar. É o temor de Deus que faz acender as luzes vermelhas da minha consciência, quando começo a enveredar por caminhos errados. É o temor de Deus que me faz ter um conceito equilibrado de mim mesmo, para que eu não venha cair na arrogância, na soberba, na autossuficiência. É o temor de Deus põe freios à minha maldade, inibe o ódio, a vingança, a falta de perdão. É o temor de Deus faz com eu vigie os meus pensamento e controle as minhas palavras, pois foi o próprio Filho de Deus quem disse: “Como critério com que julgardes, sereis julgados”. (Mateus 7.2)
E Jesus foi mais longe: “Digo-vos, pois, amigos meus: não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer”. (Lucas 12.4-5)
Prezado leitor: Desde a queda, o ser humano tem trocado o temor que aproxima pelo medo que afasta. É por isso que temos tantos medos! Porém, quando conhecemos o temor de Deus, todos os nossos medos começam a desaparecer. Contradição? Não, porque o temor nos faz andar em humildade na presença de Deus e na Sua presença, experimentamos a incomparável segurança do Seu amor paternal: “Por que eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Romanos 8.38-39)
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!