Por: Pr. Armando Castoldi
Um hábito que Simone e eu adquirimos e praticamos rigorosamente como o primeiro compromisso do dia, é tomar juntos nosso chimarrão e ter nosso momento devocional. Acompanhamos as meditações diárias de um livro, lemos a Bíblia e oramos. No inverno evidentemente fazemos isso dentro de casa, porém assim que começa a esquentar e o tempo está bom, sentamos nos fundos de casa, onde temos uma bonita visão dos morros do Lambari.
Hoje, dia 24 de dezembro, amanheceu um dia muito lindo e a visão dos morros está quase que totalmente encoberta por uma densa cerração. Com isso já sabemos que o dia será muito quente: “Cerração baixa, sol que racha”. Claro que a expressão fica melhor falada do que escrita, porém é o que se usa por aqui e não falha! Assim, enquanto sorvia meu mate, fiquei contemplando por alguns momentos a beleza dessa paisagem, agradecendo pelo privilégio de viver aquele momento, porém não consegui deixar de fazer uma relação desse ditado popular com a realidade humana: Como seria bom se tudo em nossa vida pudesse ser tão previsível assim.
Então, já pra lá das nove horas, eu estava escrevendo esta mensagem quando alguém bateu a porta. Perguntou-me se eu era o pastor. Pedi que entrasse e se assentasse, mas ele foi logo dizendo que já visitou várias Igrejas e que agora pretendia se firmar em uma delas e que por isso mesmo estava me procurando. Por fim, pediu-me vinte reais para comprar uma passagem de ônibus. Com toda sinceridade, meu lado racional logo me alertou: “Essa conversa eu já conheço!”. Porém hoje é véspera de Natal. Alguém bate à sua porta alegando uma necessidade. O que fazer? Não foi assim que José e Maria bateram de porta em porta na véspera do Natal e ninguém os acolheu? Como julgar? Como fechar o coração?
Bem, como a cerração não me advertiu desse episódio que estaria inserido no meu dia, então dei a ele os vinte reais. Mas também senti que deveria lhe dizer algumas coisas. O que lhe falei? Que não basta andar visitando Igrejas, pois ninguém vai ao Céu ou ao Inferno para fazer uma visita. Para onde a pessoa for, seja Céu ou Inferno, ali permanecerá eternamente. Disse-lhe que considerasse que não são vinte reais que irão solucionar seu problema, mas sim uma real mudança de vida. Disse-lhe que pensasse que num primeiro momento não é Deus nem uma Igreja que precisam dele, mas que ele é quem precisa de ambos. Disse-lhe que apesar do tanto que o pecado já destruiu em sua vida, Deus pode fazer tudo novo. Disse-lhe que Deus o ama e quer tratá-lo como filho, mas que para tanto, ele precisa estar disposto a assumir tal condição. Por fim orei por ele, desejando do fundo do meu coração que ele tenha sido sincero e que retorne e que se converta e que seja salvo e que lá na frente venha agradecer por uma manhã, véspera de Natal, quando um pastor proveu-lhe uma passagem no valor de vinte reais e falou-lhe de outra passagem, cujo valor é a inestimável graça, pelo sangue de Jesus.
Bem, agora com essa ilustração que inesperadamente pude utilizar, fica fácil dizer que a vida é bem mais complexa e mais difícil de discernir do que as variações do tempo; fica bem mais fácil dizer que é de fato essencial que coloquemos tudo o que somos e o que temos nas mãos de quem conhece todas as coisas e pode cuidar de cada uma delas.
Prezado leitor: Especialmente agora, neste período do ano onde tudo recende a festa e alegria, quantas vidas são destruídas por tempestades que não puderam ser previstas? É lógico que eu desejo um Feliz Natal e um ano novo maravilhoso, para mim e para você, porém eu sei que por mais otimistas que sejamos, não podemos ir muito além dos nossos desejos. Então, se você ainda não entregou sua vida a Cristo, faça isso agora, não há por que esperar! Não olhe para futuro como se ele estivesse em suas mãos, assim tão previsível quanto um dia de verão. Seu futuro só está seguro em Deus.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!