Por: Pr. Armando Castoldi
Hoje eu quero falar da minha cidade, da cidade que eu amo e para poupar palavras, me reporto ao nosso hino oficial, composto, letra e música, por Cândida Carvalho Chanan, o qual traduz com tanta propriedade “os encantos de Encantado”:
“Escondido entre montanhas,
Embalado pelo Taquari fagueiro,
Tu surgiste Encantado
Antes os olhos surpreendidos do estrangeiro.
Teu povo hospitaleiro
Trabalhou, mas foi recompensado,
Pois tu, torrão amado,
Cresceste forte e dos grilhões foste arrancado.
Encantado meu torrão!
Terra de farta produção.
Teu solo é fértil,
Teu povo é franco,
Deus te abençoe capital do ouro branco.”
Não há inverdades no hino. É claro que pode haver controvérsias, porém minha experiência vivendo aqui é que ainda posso sair às ruas, cumprimentar as pessoas, encontrar amigos, conversar descontraidamente. Nosso povo não é de índole ruim! Contudo o hino só fala das nossas virtudes. Será que isso criou em nós uma autoestima exagerada que encobriu nossos defeitos, permitindo que o mal sutilmente se alojasse com tanta força por aqui? E se somos de fato um povo franco e hospitaleiro, será que não exageramos na dose e nos tornamos ingênuos e descuidados demais?
Sabemos que o mal age desproporcionalmente mais rápido que o bem e nossa cidade, apesar de ainda preservar tantas coisas boas, já não é mesma de cinquenta anos atrás, quando o hino foi composto. Ainda hoje, terça-feira, ao passar cedo diante da Delegacia de Polícia vi um grande contingente de policiais e viaturas. Mas uma batida contra o tráfico. Aqui? Sim, e isso é apenas a ponta do “iceberg”.
O fato é que a vida dos jovens em nossa cidade está fora de controle. Há um sofisma que criamos por conta da nossa cidade aldeia: Todos conhecem todos e todos confiam em todos. Crianças, adolescentes e jovens andam soltos pelas ruas; andam livremente por todos os lugares, dormem uns na casa dos amigos, porque afinal, conhecemos as famílias, confiamos uns nos outros. Não há perigos por aqui!
Como é romântico pensar assim! Mas não é romântico quando começam a aparecer as consequências dessa liberdade - consequências que o dinheiro, fruto natural de um povo que tanto trabalha, quase nunca pode solucionar.
Prezado leitor: Se você é pai, mãe, entenda que a vida não se resume em ganhar dinheiro, porque este é também um grave problema em nossa aldeia. Tenha tempo para sua família. Tenha tempo para Deus. Leia o que a Bíblia ensina sobre educação de filhos. Procure uma boa Igreja. Salve sua alma e seu lar, porque acima das lindas montanhas, nuvens negras estão ofuscando o esplendor da nossa cidade.
Sim, Deus te abençoe Encantado, é também o meu grande desejo!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!