Por: Pr. Armando Castoldi
Na minha juventude convivi em muitos ambientes diferentes e tive a bênção de fazer muitos amigos. Naqueles tempos, lá pela década de 70 especialmente, não tínhamos tantas alternativas. Então, conversar ainda era um bom programa. E, foi de boas conversas, que nasceram grandes amizades.
Lembro que passávamos horas e horas simplesmente refletindo sobre os mais variados temas. Às vezes os debates se acirravam e chegávamos a discussões sérias. Mas era uma característica da época. Aqui no Brasil, provavelmente em função das restrições que o regime militar impunha, era importante tomar posições, discordar, debater, ter senso crítico, estabelecer conceitos sobre qualquer assunto que fosse.
Não tínhamos tantas fontes de informação como hoje, mas lia-se muito. Nesse sentido, a ditadura militar acabou favorecendo o surgimento de uma geração culta, que não somente derrubou a própria ditadura, mas também se tornou economicamente bem sucedida. Só que essa geração não esperava mudanças tão rápidas. Nossas próprias conquistas nos pregaram uma peça: Não estávamos preparados para conviver com tanto conforto e muito menos com os novos conceitos que os meios de comunicação de massa rapidamente disseminaram. E foi assim que essa geração se acomodou!
Então um novo movimento se levantou e, percebendo esse vácuo ideológico, foi impondo uma nova ditadura, bem mais terrível, sutil e com aspirações globais: a ditatura que o faz ridículo se discordar do pensamento dominante; a ditadura que o faz intolerante se contestar os conceitos morais que a mídia impõe; a ditadura que o faz racista, se porventura tiver algum conflito com um ser humano de outra cor; a ditadura que o faz homofóbico apenas por discordar do homossexualismo; a ditadura que o faz um monstro, se ousou disciplinar um filho desobediente ou xingou o cachorro do vizinho; a ditadura que o faz um ser de outro planeta, se ainda optou por ter mais que dois filhos e se manter fiel ao seu cônjuge; a ditadura que o faz um alienado e ignorante se ainda acredita em Deus; uma ditadura, enfim, que conseguiu aqui no Brasil, a façanha de fazer com que grande parte da população continue abominando uma ditadura que há muito já se foi, sem perceber que já está vivendo outra pior. Foi assim que chegamos a esta geração. Uma geração passiva, que perdendo o senso crítico, perdeu qualquer capacidade de reação.
Mas, já que a História é surpreendente, é possível que uma nova geração se levante. Sim, pois quem sabe ali na frente as bolsas comecem a minguar e isso poderá mexer com as cabeças; ou talvez por que as pessoas comecem se entediar com um circo que repete sempre o mesmo show; ou por que talvez as pessoas comecem a sentir falta de famílias verdadeiras, com pai, mãe, irmãos e também primos, tios, avós, fazendo juntos suas celebrações; ou por que talvez as pessoas comecem a se enfastiar com um mundo onde todos seguem cegamente a mesma cartilha e então procuração novamente bons livros, boas conversas, bons debates e até acirradas discussões que possam terminar em desculpas, risos e abraços; ou por que talvez as pessoas comecem a perceber que cães e gatos não poderão ampará-los na velhice, seguir suas profissões e muito menos administrar suas heranças; ou por que talvez diante de tantos vazios e fastios, as pessoas comecem a se perguntar novamente sobre o Deus da Bíblia. Pois é, quem sabe!?
Prezado leitor: Mas entre gerações e ditaduras sempre haverá um povo, talvez não tão numeroso. Eles são o sal da terra e a luz do mundo. São os profetas de Deus. Nada irá calar sua voz. Sempre foi assim! Mesmo desprezados, caluniados, perseguidos, presos, eles cumprirão sua missão: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho de todas as nações. Então virá o fim” – Mateus 24.14.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!