Nossa história familiar é enriquecida pela presença de muitos animais de estimação. Houve tempos em que nossa casa parecia um verdadeiro Zoológico. Porém à medida que as crianças foram crescendo, os animais foram diminuindo. Por fim, tínhamos somente dois gatos. O Tigre, de tão velho, já anda meio de lado mas resiste bravamente, como o último remanescente dos velhos tempos.
Mas nossa casa já não é própria para esse convívio, pois ocupa toda a largura do terreno. Assim, como não há uma passagem externa, os bichos estão sempre cruzando o nosso caminho. Por isso, decidi que não teríamos outros animais. Mas a minha filha Amanda pensava diferente e, foi tão persistente que acabou dobrando a minha vontade. No sábado passado, veja só o que um pai e uma mãe fazem, fomos até Novo Hamburgo buscar um cãozinho que ela adquiriu pela Internet.
Bem, como era de se esperar, já que ele só tem dois meses, os primeiros dias têm sido tumultuados. Nossa casa está mudada e por alguns momentos, os nossos relacionamentos difíceis. Do nada apareceram vários especialistas em comportamento e saúde animal. Até o lugar que tínhamos preparado para ele, em função de tanta chuva, mostrou-se inadequado. Assim, o que eu temia acabou acontecendo: ele vai dormir na sala! Impressionante as mudanças que um bichinho tão pequeno pode produzir em nossa rotina. Mas no meio de tudo isso, pude fazer algumas reflexões importantes, das quais eu quero me ater à manifestação de dois traços de personalidade. Na expressão parecem iguais, mas no resultado, são diametralmente opostos:
O primeiro é a perseverança. Quem não persevera não conquista. Desde que seu último cãozinho foi atropelado, há pouco mais de dois anos, quase todos os dias, de alguma forma, a Amanda reiterava o seu pedido. Deus nos estimula à perseverança! Há inúmeras passagens bíblicas a esse respeito, mas eu quero citar um texto que se aplica bem à situação que estou compartilhando: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?” – Mateus 7.7-11.
Mas, o segundo traço é a obstinação. Não digo que seja o caso, mas este episódio me fez considerar que às vezes agimos como crianças teimosas, e batemos insistentemente o pé por coisas que podem não ser tão boas quanto parecem. E especialmente quando repartimos nossa vida com outros, precisamos considerar as repercussões que a imposição dos nossos “direitos” irá provocar. Muitas vezes a insistência em fazer valer nossa vontade irá afetar negativamente o ambiente e consequentemente a vida daqueles que nos cercam. O argumento da Amanda era: “Eu” me responsabilizo, “eu” vou arcar com as despesas, “eu” vou cuidar dele! Sim, ela está se esforçando de verdade e acredito que continuará dando o melhor de si, mas ela também trabalha e estuda. Então, quer eu goste ou não, estou envolvido! Claro, já estou apegado ao “novo membro” da família; sei que ele nos trará muitas alegrias. Mas se não fosse algo tão simples?
Prezado Leitor: Perseverança e teimosia podem parecer a mesma coisa, mas não são. São ramos de uma mesma árvore, porém os frutos de um são doces, os do outro muito amargos. Se você é perseverante, parabéns! Certamente você alcançará muitas vitórias. Mas se você é obstinado, cuidado! Pare, pense, ore, ouça conselhos e especialmente reflita: “Há caminhos que parecem retos, mas que afinal, são caminhos para a morte” – Provérbios 16.25. Que Deus nos dê sabedoria, pois nem sempre é fácil discerní-los!
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
