Estávamos durante o feriado de carnaval no acampamento que anualmente nossa Igreja realiza no meu sítio em Linha Lajeadinho. Pela manhã costumamos ter um período devocional e na segunda-feira então, refletimos sobre o Salmo 19.7-14, que diz o seguinte: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente justos. São mais desejáveis do que o ouro, mais do que muito ouro depurado e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa. Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas. Também da soberba guarda o teu servo, que ela não e domine; então serei irrepreensível e ficarei livre da grande transgressão”.
O que eu acho fantástico na Palavra de Deus é que por mais que a conhecemos, por mais que a esmiuçamos, sempre que nos debruçamos atentamente sobre ela o Espírito Santo irá revelar novas realidades, coisas às vezes bem simples, mas que na prática podem fazer uma grande diferença.
Ora, se analisamos o texto acima, podemos perceber claramente que a Palavra de Deus, entendida como “a lei do Senhor”, possui duas grandes propriedades: o efeito profilático e o efeito curativo. Se usada antes, não ficaremos doentes; se a usamos depois, seremos curados. Usada antes, ela nos conduz pelo caminho da obediência; usada depois, serve para nos corrigir. O grande alvo, ao final, é que sejamos irrepreensíveis. Se erramos ela nos apontará o caminho da restauração, mas pense bem: Não seria bem melhor não errar? O ideal em relação à Palavra de Deus, portanto, é aquilo que nos diz o Salmo 119.105: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos”.
Exatamente neste ponto está o grande segredo: Ora, como concebemos o uso de uma luz? Onde estão colocados os nossos olhos? Onde são colocados os faróis de um automóvel? É evidente que a luz é concebida como algo que deve ser colocado à nossa frente. A luz deve ir adiante de nós, para nos mostrar o caminho e para guiar por ele os nossos pés. Ora, mesmo sendo isso tão óbvio, parece que a grande maioria de nós acaba usando a Palavra de Deus mais como uma lanterna para voltar atrás e consertar estragos do que para nos conduzir em segurança pelos tortuosos caminhos da vida.
É evidente que ainda assim é bem-aventurado aquele que na hora do fracasso, recorre à verdadeira sabedoria. Entretanto, como a vida seria diferente se usássemos sempre a Palavra de Deus do modo como ela foi idealmente concebida para ser usada: “Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca” – Salmo 119.4. Quanto tempo ganharíamos, quanta dor pouparíamos, quantos desatinos a menos, mesmo perdoados e consertados, fariam parte da nossa história.
Prezado leitor: Uma coisa é certa: a nossa natureza é inclinada para o mal. Nossa arrogância e autossuficiência são flagrantes, ao ponto que o mínimo descuido é suficiente para produzir terríveis estragos na nossa trajetória. Contudo, se reconhecemos nossa condição e nos convertemos verdadeiramente a Cristo e, se dia após dia nos habituamos a buscar a Deus, aos poucos, mesmo que seja um processo demorado, nossa vida será transformada. Nesse processo, é quase inevitável que iremos provar a dor de muitos fracassos, contudo, se perseverarmos haverá esperança de futuro, haverá uma cura real e progressiva que redundará finalmente numa vida equilibrada, feliz, abundante, frutífera, útil: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” – Provérbios 4.18.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
