Nos dias
A Rádio Trans Mundial varreu o mundo com a mensagem do Evangelho, num tempo em que o Evangelismo não possuía tantas portas abertas como hoje. Eu mesmo fui muito abençoado com esse ministério, que aliás, continua ativo e frutífero em todo o mundo, inclusive no Brasil (www.transmundial.com.br). Pois Edmund Spiecker liderou a implantação da RTM no Brasil em 1968 e permaneceu muitos anos ligado à organização, mais tarde ocupando posições em nível internacional, até 2003. Hoje vive na Carolina do Norte - Estados Unidos, com sua esposa Marli.
Ao longo das palestras fomos sendo fortemente impactados com sua sabedoria e com sua história de vida. Tendo sobrevivido à 2ª Guerra Mundial aos cinco anos de idade, acabou, segundo ele por insistência de amigos, escrevendo uma breve biografia em seis pequenos volumes, onde relata as diferentes fases da sua vida e ministério.
Lendo dita biografia, fiquei impressionado com o número de pessoas que aparecem na sua história pessoal e que acabaram também fazendo parte, em tempos diferentes, da minha própria história. Impressionante como o mundo é pequeno e a vida suficientemente longa para possibilitar tantas conexões.
Willy Haeuser está entre esses homens de Deus que ele destaca. Alguém que desde a sua juventude foi para ele uma referência, quase um segundo pai, já que seu próprio pai morreu em combate durante a guerra. Conheci Willy em Gramado, em 1985. Ele já com 72 anos e eu com 29. Apesar da grande diferença de idade e de cultura, tive com Willy e sua esposa Katy uma das amizades mais profundas da minha vida. Lembro-me com grande carinho dos domingos à tarde, quando eu era o único estranho a participar de seus encontros de família. Werner, filho de Willy e Katy, também compõe a galeria dos grandes amigos de Edmundo e o Werner, muito mais do que meu professor também se tornou um dos meus melhores amigos. Amizade que até hoje cultivamos.
Edmund dedica também um bom espaço para falar de Walter Matschulat. Walter, diz ele, “tornou-se para mim muito mais do que um assistente. Ele foi um precioso conselheiro, irmão e amigo”. (pg.83, vol.5) Ele caracterizava bem o estereótipo alemão, mesmo sendo brasileiro. Nos conhecemos também em Gramado em 1987 quando ele e sua esposa Agnes assumiram a administração financeira do Seminário. Havia entre nós uma afinidade muito grande, mas pela sua idade e postura, eu sempre o tratava de modo bastante formal e reverente. Então, percebendo minha inibição, um dia ele convidou-me à sua casa e, após servido o jantar, enquanto Dona Agnes lavava a louça, sentou-se ao meu lado e disse: “Armando, nós somos amigos e eu te convidei aqui para dizer que podes me chamar de tu”. Achei engraçado, pois ele criou toda uma formalidade simplesmente para dizer que eu poderia ser mais informal com ele. Mas de fato Walter foi um desses homens de Deus de quem trago gratas recordações.
PREZADO LEITOR: Como Willy e Walter, em realidades e tempos tão distantes puderam deixar as mesmas marcas em pessoas tão diferentes como Armando e Edmund? Simples: Eles fizeram parte de uma geração de homens de verdade, que não mudavam de cor conforme as circunstâncias. Sabiam da sua identidade, sua missão e tiveram a coragem de viver os valores que abraçaram. Pessoas assim sempre e deixarão marcas indeléveis, rastros de vida que ninguém poderá apagar. Da mulher que derramou um vaso de valioso perfume sobre a cabeça de Jesus, Ele disse: “Onde for pregado em todo o mundo este evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua”. (Mateus 26.23) E quanto a você, que rastros está deixando?
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!