“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” - 1 Coríntios 1.26-29.

Desde o Éden, passando pelo tempo do Dilúvio, Babel e por aí à fora, qualquer espaço maior que se dê ao homem ele tenderá a se ensoberbecer e acreditar que se mantém de pé por suas próprias forças. 

Há uma rebelião natural em nós que tende a ignorar o reconhecimento de qualquer dependência externa. A grande maioria das pessoas possui um estranho anseio de independência e, quando tiver alcançado um degrau mais elevado, provavelmente se apegará tanto à posição que adquiriu, que mesmo obrigando-se a admitir exteriormente que precisou do auxílio de outros, em seu coração alimenta um sentimento de superioridade e auto-fascínio, como se lá no fundo, apesar dos outros, só ela soubesse que chegou aonde chegou unicamente pelas suas próprias forças.

Nesse ponto do egocentrismo, as verdades mais básicas serão esquecidas, as maiores injustiças serão praticadas e os maiores enganos tomarão de assalto o coração, por que ao olhar para si mesmo, o homem pensa ter encontrado o próprio Deus.  A independência é o grande anseio do coração do homem e é por isso que Deus usa o caminho inverso.  

Nas bem-aventuranças o Senhor Jesus declara algo estrepitosamente revolucionário: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus; (...) Bem-aventurados o limpos de coração, porque verão a Deus”- Mateus 5.3,8.   Não acredito que Deus tenha algo contra as nossas conquistas, porém só Ele sabe o grau de dificuldade que encontra para  alcançar o coração daqueles que se julgam suficientes.

O capítulo dezoito de Lucas relata um dos episódios mais dramáticos do ministério de Jesus, quando um jovem aparentemente sincero e temente a Deus se recusa a seguí-Lo, por ser dono de muitas riquezas: “E Jesus, vendo-o triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. E os que ouviram disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo? Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus” - Lucas 18.24-27.

Com tais palavras Jesus quis deixar claro aos seus discípulos, que o problema não está fora de nós, mas dentro do nosso coração.   O problema não esta na riqueza ou na pobreza em si, mas na dificuldade de abrir mão do nosso orgulho. Este é o ponto! Assim, quanto maiores as razões para confiarmos em nós mesmos, menores serão as chances de confiarmos inteiramente em Deus. Porém, os impossíveis podem se tornar possíveis porque Deus pode mudar os corações. Por isso precisamos estar atentos, porque muitas vezes, os tantos esforços que empreendemos para “subir na vida” serão o tamanho do obstáculo para aceitarmos a salvação.

Prezado leitor: A mensagem do Evangelho é muito simples: 1)Estamos todos separados de Deus por causa do pecado; 2º) Deus nos ama tanto ao ponto de entregar Seu próprio Filho para morrer em nosso lugar; 3º) Precisamos reconhecer nossa condição e em sincero arrependimento, pedir perdão; 4º) Devemos aceitar a Cristo como Salvador e Senhor, pautando nossa vida pela obediência à Palavra de Deus.  Evidentemente que os fracos, os pobres, os simples, os doentes, os injustiçados, terão maior facilidade de reconhecer esses fatos, mas ainda assim, a salvação é um caminho aberto para todos: “Deus não faz acepção de pessoas”. (Atos 10.34)