Não é que somente estamos em meio a uma pandemia. Estamos diante de transformações de proporções assustadoras. Hoje, ao mesmo tempo em que tudo literalmente se apresenta ao alcance da nossa mão, temos uma estranha sensação de que tudo também está se despedindo, se esvaindo, como areia entre os dedos. A mim parece que quase tudo aquilo que eu olho, está se transformando em algo que eu já não consigo reconhecer.

               A natureza já não funciona como se poderia esperar; a sociedade já não reage como se poderia esperar. Eu gosto de assistir documentários sobre vida selvagem, mas nos últimos tempos isso me deixa triste, pois não posso evitar o pensamento de que tanta beleza, talvez logo deixe de existir. Moro perto da praça, então, de vez em quando, ainda vejo famílias normais, com pai, mãe e filhos brincando. A família é a maior benção terrena, mas assim como em relação à natureza, tenho um sentimento de que é algo em extinção.  

               Dias atrás, conversando com um amigo de infância que há tempo não via, fiquei impactado ao ver a sua ingenuidade diante do quadro que estamos vivendo. O pensamento dele, mesmo sendo um homem culto, é que tudo ficará bem, porque apesar dos problemas que estamos atravessando, a maioria das pessoas são boas e que bem irá prevalecer sobre o mal. Ao ouvi-lo, fiquei por um momento confuso sobre a forma como deveria continuar a conversa, pois talvez para ele fosse melhor pensar assim, porém não me contive.

               Na verdade, eu conheço muitas pessoas que ainda escolhem ter esse olhar romântico sobre a realidade. Elas de fato parecem viver melhor, por ignorar o mal.  Mas será que esse alívio temporário justifica a indiferença?  Ora, por mais que queiramos nos manter à parte daquilo que acontece, toda desordem no mundo concreto, revela um estado espiritual que afronta a ordem divina e que por mais que queiramos ignorar, acabará inevitavelmente produzindo consequências que afetarão a todos. 

Estamos diante de um momento crítico da História humana, onde o grande quebra-cabeças do final dos tempos está sendo montado.  Eu poderia simplesmente não me importar que alguém, por viver melhor alguns dias aqui, continuasse a pensar que as pessoas são boas e que o bem triunfará naturalmente sobre o mal. Mas à luz das Escrituras, eu não posso fazer isso. À luz das Escrituras, as pessoas não são boas e, nem o bem irá prevalecer sobre o mal num passe de mágica.  À luz das Escrituras, há um juízo iminente que irá ser derramado sobre o mundo.

Na Sua misericórdia, Deus ainda está nos estendendo a sua mão salvadora; na sua misericórdia, no final, o bem irá triunfar sobre o mal, sim.  Mas, a salvação depende de encarar os fatos com realidade e depende fundamentalmente de uma resposta diante do convite da graça. O tempo é de decisão: “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mateus 24.38-39).

               Prezado leitor: Permita-me então fazer-lhe uma pergunta bem objetiva: Você já é salvo?

JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!