Não sabemos exatamente a razão, mas de tempos em tempos se levantam novas ondas de pensamento, que funcionam como divisores de águas, determinando novos rumos nas sociedades humanas, substituindo conceitos, valores, costumes e leis. Parece que a partir de um determinado ponto, as pessoas cansam de pensar do mesmo modo e passam a desejar um mundo diferente. Mas, nessa dinâmica, há quase sempre um movimento pendular, onde as mudanças acabam indo de um extremo ao outro.
A decadência do Império Romano, foi entre outras, uma das causas mais fortes para a ascensão do cristianismo, trazendo transformações profundas que influenciaram positivamente a sociedade da época, opondo-se à escravidão, às atrocidades que eram cometidas nas arenas, ao aborto e descarte de crianças; às orgias, à corrupção política e aos obscuros caminhos do paganismo, estabelecendo uma sociedade fraterna e justa, fundamentada nos ensinos de Cristo. Já na idade média, com a corrupção da própria Igreja, a renascença e o iluminismo acabaram produzindo o movimento de separação entre a Igreja e o Estado, com a consequente secularização da sociedade e um conflito crescente entre a fé e a ciência.
A revolução francesa, no final do século XVIII, marcou profundamente esse ponto de desequilíbrio, produzindo uma nova ordem social que se fundamentou no humanismo, no ateísmo e no liberalismo, desencadeando os dois grandes ícones dessa mudança: o movimento feminista, no início do século XIX e a revolução hippie, na segunda metade do século passado. Hoje, a essência do cristianismo tem sobrevivido no seio de muitas Igrejas, mas a sociedade constituída, seja na sua cultura, na sua espiritualidade e mais recentemente, no seu arcabouço jurídico, vem tentando se livrar definitivamente das bases que a constituíram. O mundo ocidental, em sua essência, já não é mais cristão. Claro, sob o pretexto de causas humanitárias, ele rejeita a crueza exposta da antiga Roma, porém, cada vez mais absorve-lhe o mesmo espírito pagão, que aceita todos os deuses, todas as crenças, todas as práticas e inclusive, gradativamente, o próprio endeusamento do Estado.
Ora, o verdadeiro cristianismo, desde sua origem, possui uma mensagem que bate de frente com esse sistema. E, se foi tão perseguido no Império romano; se é perseguido ainda hoje em tantos lugares, é evidente que será perseguido cada vez mais, num mundo que rejeita qualquer verdade ou valor absoluto. O cristão verdadeiro possui um compromisso radical com aquele que o comissionou: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer, será condenado” (Marcos 16.16).
Prezado leitor: Uma mensagem assim ainda tem lugar no mundo contemporâneo? Aos olhos de muitos provavelmente não, entretanto, quem pensa que os discípulos de Jesus irão se intimidar ou negociar seus valores em nome das tantas tolerâncias que estão sendo apregoadas hoje, está enganado. Nós haveremos de continuar pregando o Evangelho; um Evangelho que não tem o mínimo interesse em pactuar com o mundo e sim, anunciar a vida ou o juízo eterno.
JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!
