“Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito” (Gênesis 17.1).

O primeiro pensamento que pode nos ocorrer ao ler o texto acima é: Um homem de noventa e nove anos não deveria se aposentar? Um homem de noventa e nove anos ainda estaria apto para aprender alguma coisa? Um homem de noventa e nove anos, ainda estaria em condições de abraçar um projeto da envergadura daquilo que Deus tinha para com Abrão?  E alguém também poderá dizer: E não é Abraão que se escreve? Pois é! Foi nessa mesma aparição que Deus também lhe diz: “Abrão já não será o teu nome e sim Abraão; porque por pai de numerosas nações te constituí” (Gênesis 17.5).

Não, Deus não estava brincando, e nem estava enganado. Era, sim, com um homem de noventa e nove anos que Ele estava realizando um grandioso projeto, que havia começado vinte e quatro anos antes, quando o chamara para sair de Ur dos Caldeus, na Babilônia,  e peregrinar rumo à terra de Canaã.  E, nessa peregrinação, Abrão, ainda com seu nome original, que em hebraico, “Avram”, significa “Pai Elevado”, não gerara o herdeiro prometido e, além disso, já havia cometido muitos erros.  Então, no limiar dos seus cem anos, Deus lhe aparece e como que em outras palavras lhe diz: Abrão, agora o negócio é sério mesmo e você precisa finalmente aprender a me obedecer.  Eu não te tirei da tua terra natal para andar de um lado para outro sem objetivo. Agora você vai andar comigo e você vai se tornar aquilo que eu quero que você seja, porque os meus planos não podem ser frutados.

Então, um ano depois, nos seus exatos cem anos, Sara sua esposa,  finalmente dá a luz a Isaque, o herdeiro prometido, começando ali a História da nação de Israel e também a História do cristianismo, porque dele descende o Messias e, por que pelo seu testemunho de fé,  Abraão veio a ser também “o pai de todos os que creem” (Romanos 4.11).

A troca do seu nome, não é propriamente uma mudança, mas um acréscimo: “Avram” em hebraico significa “pai elevado”, enquanto “Avraham”, significa “pai de multidões”. Sim, aos noventa e nove anos, Deus vem e lhe diz que os planos eram maiores do que ele poderia imaginar e que  portanto, os seus olhos deveriam se elevar, os seus horizontes deveriam ser ampliados, o seu ânimo deveria ser renovado e, o seu caráter deveria  ser aperfeiçoado.  Sim, aos noventa e nove anos!

Essa é uma resenha mínima do que se poderia dizer da história de Abraão, contudo temos aqui lições valiosas, pois num tempo que em que ser velho às vezes significa retroceder moralmente, desleixar do compromisso com Deus, eximir-se da responsabilidade social, ocultar a sabedoria para não se incompatibilizar com as novas gerações, o Deus de Abraão, continua chamando homens e mulheres, não importa a sua idade, para andarem na Sua presença e continuarem perseguindo o caminho da perfeição.

Prezado leitor: Talvez por sua idade ou suas circunstâncias, você esteja pensando em parar, desistir, retroceder. Não faça isso! Quem sabe não há um longo glorioso caminho pela frente? Creia! Não é Abrão o nosso pai na fé?

JESUS, A OPÇÃO DA VIDA!